Segundo o parlamentar, a proposta, que prevê mudanças em mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é um duro golpe às conquistas históricas da classe trabalhista.
O deputado questionou os argumentos favoráveis à reforma e destacou o posicionamento do seu partido na votação. “Dizem que a reforma vai facilitar a relação entre patrão e empregado, que vai melhorar as condições de empregabilidade, mas não vejo dessa forma, pois entendo que vai haver uma retirada de direitos significativos e muito valiosos dos trabalhadores”, salientou Ferreira Aragão.
De acordo com o parlamentar, o partido dele se posicionou contrário à proposta, mantendo-se fiel à sua ideologia. “O PDT sempre foi um ferrenho defensor do trabalhador e dos seus direitos, procurando sempre se afinar com os anseios do povo brasileiro, e jamais poderia votar a favor de um projeto que vai causar tanto prejuízo social”, ressaltou.
Em aparte, o deputado João Jaime (DEM) disse respeitar a posição e coerência história do PDT, mas defendeu a necessidade da reforma trabalhista. Para ele, a reforma não vai mudar em nada a vida do trabalhador, já que vem apenas para atualizar e modernizar uma legislação que tem mais de 60 anos. “Precisamos entender que as relações de trabalho de 50, 60 anos atrás não são as mesmas de hoje, e, com essa reforma, os trabalhadores vão ter mais flexibilidade para negociar com os seus patrões”, assinalou João Jaime.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) reconheceu que há pontos positivos na reforma, mas, no geral, ela é mais prejudicial ao trabalhador brasileiro. “Existem avanços na reforma, como a questão que contempla o trabalho em casa, que é algo da vida moderna, mas em compensação, ela acaba com os acordos coletivos, fazendo com que o acordado valha mais do que o legislado. Ela possibilita o aumento da jornada de trabalho, entre outros pontos negativos”, acrescentou Carlos Felipe.
Já o deputado Walter Cavalcante (PP) comentou que ainda não foi convencido de que a reforma trabalhista vai ser tão prejudicial ao trabalhador brasileiro. “Já esmiucei o texto da reforma e ainda não estou convicto de que ela é tão negativa como dizem. Aconselho que as pessoas façam greves e defendam os seus direitos, mas entendo que o momento exige reflexão e clareza, para não fazermos um julgamento de valor de determinadas medidas do Governo por conta de conveniências”, apontou Walter Cavalcante.
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