Na avaliação de Dr. Santana, a medida representa um ataque ao trabalhador brasileiro. Ele citou como exemplo a previsão de que o negociado coletivamente prevaleça sobre o legislado. “Isso é rasgar a legislação brasileira, colocar o trabalhador vulnerável à mercê da crueldade, da perversidade do patrão opressor”, avaliou.
Dr. Santana defendeu a participação da população na greve geral convocada para esta sexta-feira (28/04). “E tinha que ser por tempo indeterminado, até derrubar esse governo”, sugeriu.
Para ele, os direitos estão sendo ameaçados pela Câmara dos Deputados, que ele disse considerar ilegítima. “Pelo menos 70% dela é fruto do financiamento da Odebrecht. Não tem moral e nem autoridade política para fazer essas mudanças. Nós queremos um novo Congresso, uma nova Constituição”, solicitou.
Além disso, o parlamentar fez críticas ao presidente Michel Temer. Segundo Dr. Santana, além de ter dado um “golpe”, o chefe do Executivo viola conquistas históricas. “(Está) Transformando o trabalhador em mercadoria barata, desorganizando sindicatos, criando representações ilegítimas nas fábricas, pelegos que não irão defender direitos dos trabalhadores”, alertou.
A história do Dia do Trabalho – comemorado em 1º de maio – também foi ressaltado pelo parlamentar. De acordo com Dr. Santana, essa é uma referência na luta histórica dos trabalhadores. Ele lembrou que as conquistas trabalhistas se deram a partir de 1886, na cidade de Chicago (EUA), após uma grande manifestação de trabalhadores das indústrias localizadas na cidade. Entre as reivindicações dos operários estavam a melhoria da condição de trabalho e a redução da jornada.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) lamentou que o trabalhador não tenha o que comemorar no dia 1º de maio, frente a uma das maiores crises já enfrentadas pelo País, com altos índices de desemprego. O parlamentar reforçou as críticas em relação à reforma trabalhista. “Ontem, foram mais de 100 artigos da legislação atual modificados. Isso nos preocupa”, comentou.
O deputado Sérgio Aguiar (PDT) argumentou que é melhor diminuir algumas salvaguardas trabalhistas do que continuar com 13 milhões de pessoas desempregadas. O parlamentar discordou do petista quanto à falta de legitimidade do Congresso. “Não quero crer que ele é ilegítimo para legislar, pois todos chegaram através do voto. Podemos criticar suas atitudes”, opinou.
Já o deputado Walter Cavalcante (PP) questionou quais são os prejuízos concretos aos trabalhadores com a aprovação da reforma.
LS/GS