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Terça, 11 Abril 2017 04:24

"Não houve votação válida", diz Deodato sobre eleição no PT

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Deodato e aliados contestam resultado de eleição para comando do PT Deodato e aliados contestam resultado de eleição para comando do PT
Deodato “é o presidente eleito do PT de Fortaleza” para a ala petista composta por Elmano de Freitas e Guilherme Sampaio, do grupo de Luizianne Lins. Em recurso, pedem impugnação de zona eleitoral do partido e acusam o adversário Acrísio Sena de ser parte de “esforço” de “influências externas” do “gabinete do prefeito Roberto Cláudio (PDT)” para “compra de votos” de filiados. A Prefeitura nega.   Sobre o assunto Após crise, partido deve reavaliar posição de filiados Em coletiva ontem na Casa Vermelha, na sede do PT Ceará, o grupo do ex-vereador Deodato Ramalho engrossou acusações contra Acrísio Sena e a Prefeitura de Fortaleza, no que denunciam de “influência acintosa” de filiados para eleger Acrísio.   Leitura de nota pública do grupo esclarece recurso protocolado na executiva estadual do partido, que pede “impugnação das urnas” da zona eleitoral 114 da sigla. Segundo o atual presidente Elmano de Freitas, não houve “ata” de votação na referida zona. Ele diz também que, “por coincidência”, os mesários do local eram de chapas que apoiavam Acrísio.   “Se não tem ata, não tem votação válida” disse Deodato, e, consequentemente, “o resultado deverá ser outro”. “Somos os vitoriosos, não apenas morais. Ganhamos as eleições”, une, ao reforçar ataque à Prefeitura que, de acordo com ele, operou “dura interferência desrespeitosa”.   Grupo alega que a influência partiu de aliados do vereador Acrísio “no gabinete do Prefeito”, por meio de compra de votos por “oferecimento de cargos” ou “ameaça de demissão”, conforme o vereador Guilherme Sampaio.   O deputado estadual Elmano, porém, ressalta também a participação de Acrísio nessa operação. “Estamos avaliando que não foi um esforço das chapas que disputamos. Eu acho que é um esforço fundamentalmente do companheiro Acrísio Sena para a disputa da presidência municipal”, acusou.   Guilherme Sampaio afirma que, apesar de ser “legítimo querer apoiar o prefeito”, caso do grupo do adversário Acrísio, “não se pode admitir gente da Prefeitura nas urnas de votação do PT, levando e trazendo eleitor”. Segundo o grupo, material de denúncia encaminhado para a executiva estadual da legenda contém “áudios, vídeos e relatos” comprovando a tese.   Denúncia em vídeo   Em um dos vídeos, uma mulher é confrontada em local de votação e acusada de estar influenciando eleitores. Ao ser questionada, a mulher acusada de conseguir votos consente que trouxe “mais de 200 filiados” para o PT para a tarefa e retruca ao dizer que já trabalhou “na gestão de Luizianne também”. A mulher em questão foi servidora direta da estrutura administrativa de Prefeitura de Fortaleza, na assessoria especial do gabinete do prefeito, entre 2015 e 2016, com cargo na “coordenação especial de participação social”. Entretanto, o cargo se encerrou em dezembro do ano passado. A Prefeitura afirma que ela “não é mais servidora”.   Ao O POVO, o prefeito negou, há duas semanas, acusações e as classificou de “tentativa de criar um fato”. “Nem quando era minha eleição interferi dentro do PT. só me meto no meu partido”, disse. Procurado, o vereador Acrísio Sena não atendeu a reportagem, após seguidas tentativas de contato.   Saiba mais   Processo de Eleições Diretas (PED) do PT aconteceu no último domingo, 9. Em tese, Deodato Ramalho foi derrotado nas eleições para a presidência da executiva municipal do PT em Fortaleza. Em boletim apresentado pelo adversário Acrísio Sena, foram 1.509 votos, contra 1.506 de Deodato. Por ocasião de recurso da chapa de Deodato, porém, o resultado oficial não foi divulgado, até avaliação da executiva estadual do recurso protocolado.   Acrísio Sena defende maior aproximação   do PT municipal à Prefeitura de Fortaleza e aliança com o governo Roberto Cláudio (PDT), seu partido e o PCdoB. Ele é aliado do governador Camilo Santana (PT), que é ligado ao grupo dos Ferreira Gomes. Segundo os adversários petistas, ele representa ala que quer tornar o PT “um partido de aluguel” na Capital. Acrísio, porém, afirma que é contra o “isolamento” do partido, “como aconteceu em 2016”.   DANIEL DUARTE
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