Chegou a hora dos caciques políticos?   Durante todo o primeiro turno e mais da metade do segundo, os padrinhos políticos das duas principais candidaturas à Prefeitura de Fortaleza ficaram quase que “escondidos”, desempenhando papéis secundários dentro do processo eleitoral. Mas não se tratou de uma decisão tomada sem qualquer critério. Pesquisa O POVO/Datafolha publicada no último dia 23 de agosto já mostrava que a exploração da imagem de determinados aliados mais atrapalhava do que ajudava. Apenas Luizianne Lins (PT) fez uso de um nome com peso nacional durante a campanha, no caso o ex-presidente Lula. O principal trunfo da petista acabou tendo efeito quase nulo. Chegando à etapa seguinte da disputa, é a vez de o senador Tasso Jereissati (PSDB) estrear no horário eleitoral de Capitão Wagner (PR) e tecer elogios ao seu candidato. Atrás nas pesquisas e com menos de duas semanas até o dia da eleição, o deputado estadual precisa agora recorrer a todas as estratégias para tentar reverter o quadro. Vincular sua candidatura à figura de um tucano com histórico de rejeição na Capital pode até ser arriscado, mas também é importante ressaltar que de todos os caciques cearenses avaliados nesta mesma pesquisa, Tasso foi o mais popular: 23% dos eleitores disseram que votariam em candidato apoiado pelo ex-governador.O índice é maior que o do ex-governador Cid Gomes (PDT), 18%, e do governador Camilo Santana (PT), 15%. Entretanto, um possível apoio do presidente Michel Temer (PMDB) - outro aliado de Wagner - faria 84% dos eleitores não votarem em determinado prefeiturável. Por isso que deve permanecer bem longe da campanha do postulante pelo PR, e bastante presente em materiais elaborados pelos adversários e divulgados na Internet. Ao mesmo tempo, não deixa de ser uma postura transparente apresentar ao público quem está por trás de uma candidatura. Apesar de pressionado pelos resultados das pesquisas, Wagner demonstra coragem em apresentar, mesmo que parcialmente, quem o apoia. Terá o mesmo comportamento o prefeito Roberto Cláudio (PDT)? Ciro Gomes, por exemplo, tem tido atuação constante apenas nas redes sociais e em eventos fechados ou de rua. Cid Gomes, por sua vez, tem sido bastante discreto. Situação bem distinta da de 2012, quando tinham espaço de destaque nos programas veiculados via rádio e TV. A depender do efeito da aparição de Tasso, quem sabe não comece uma breve, mas intensa, batalha entre caciques? Seria mais um elemento para esquentar essa reta final de campanha.