Audic Mota disse que, após a visita dos secretários de Justiça e de Segurança Pública à Assembleia Legislativa para prestação de contas das ações do Governo do Estado, soube que um dos gestores saiu constrangido pelas intervenções parlamentares. “Mas cadê a solução? Cadê a estatística do sistema? O Governo não sabe mais quantos presos tem”, assinalou. Ele citou ainda os frequentes assaltos a bancos que vêm ocorrendo no interior do Estado, mencionando o de Ocara. O deputado questionou ainda a eficácia do programa Ceará Pacífico. "Está virando Ceará fraquíssimo”, resumiu.
Além da segurança, o peemedebista também reclamou do descaso do Governo em outras áreas, como a saúde e educação. “É um Governo apático e que não resolve a questão da saúde e dos professores" (que há quase 60 dias estão em greve).
Em aparte, o líder do Governo, deputado Evandro Leitão (PDT), lembrou que, durante a greve dos agentes penitenciários, houve uma irresponsabilidade do comando ao orientar o impedimento de visitas, o que culminou em episódios de rebeliões, conflitos e mortes ocorridos nos presídios do Estado. Em relação aos bloqueios dos sinais de telefonia móvel, o líder adiantou que o decreto está em fase final e, nos próximos dias, deve ser concluído.
A deputada Dra.Silvana (PMDB) disse que o pronunciamento do peemedebista reflete o clamor das ruas. “A gente vê uma sociedade com medo. E não adianta dizer que está tudo seguro. Sou contra armamento, mas tem uma lógica, porque as pessoas estão com medo. Não temos um Ceará pacífico, mas sim um Ceará com medo”, pontuou.
O deputado Danniel Oliveira (PMDB) afirmou que “às vezes, escutamos resposta do Governo que não condiz com a realidade das ruas, pois prega um número que não é real”. O deputado Ely Aguiar (PSDC) mencionou a ação, nos últimos dias, de bandidos em municípios como o de Ocara. Ele acredita que parte da quadrilha é oriunda “dessas fugas que aconteceram aqui”. O deputado Agenor Neto (PMDB) endossou que a insegurança está generalizada e criticou a “ingovernabilidade”.
O deputado Ferreira Aragão (PDT) destacou que o problema da segurança é nacional e só vai ser resolvido com apoio dos poderes envolvidos. “O problema é na lei, tem que mexer na estrutura. Não é o Camilo sozinho que vai resolver. Perversidade é ele resolver tudo sozinho, sem apoio do Governo Federal, do Congresso”, observou.
LS/AT