“Essa ocupação é porque julgamos ser muito importante a aposentadoria do trabalhador rural, que está sendo ameaçada. O benefício gera distribuição de renda e acaba com a desigualdade entre homem e mulher. É a aposentadoria que garante a permanência das pessoas no campo, produzindo os alimentos para a população”, argumentou.
De acordo com o deputado, a aposentadoria gerada a partir de contribuição do empresariado e trabalhadores “é uma oportunidade que dá cidadania a homens e mulheres”. No campo, conforme salientou, devido à vida mais árdua, as mulheres têm o direito aos 55 anos e os homens, a partir de 60. “Na reforma que está em discussão, querem tirar esse direito de se aposentar nessa faixa etária”, acrescentou.
Segundo o deputado, o homem no meio rural, por falta de políticas públicas eficientes, começa a trabalhar, às vezes, aos 10 anos de idade. “Foram jovens que não tiveram oportunidade de frequentar uma sala de aula. Seus próprios pais precisavam que trabalhassem na agricultura pela subsistência da família”, disse.
Moisés Braz defendeu que o Governo tem de ter sensibilidade de compreender que é necessário apoiar o homem do campo e não promover a mudança da idade mínima do meio rural, direito assegurado a partir da Constituição de 1988. “É por isso que o movimento sindical vai amanhã reivindicar uma melhor estrutura para a Previdência.
O parlamentar salientou ainda que os benefícios permitem que um trabalhador permaneça no meio rural, sem precisar se transformar em um favelado nas cidades, muitas vezes caindo na droga e na prostituição. “Precisamos lutar para que a previdência continue como uma política compensatória. O Governo precisa se sensibilizar com a realidade do povo brasileiro”.
Em aparte, o deputado Leonardo Pinheiro (PP) disse que Moisés Braz conhece a realidade dos agricultores, por ter sua origem no campo.”Sem dúvida alguma, a Previdência Rural foi conseguida a duras penas, conquistada depois de muita luta e esforço dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Eu sei que a mulher que viveu na agricultura, aos 55 anos, é bem diferente do que quem trabalha na cidade. Até a expectativa de vida é menor. Temos que lutar para que não haja o retrocesso.”
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