Lucílvio Girão observou que o estado do Colorado, nos Estados Unidos, primeiramente, legalizou a maconha para fins medicinais. O número de cadastrados no programa chegou a mil usuários. Depois, quando o governo liberou para uso recreativo, esse número “subiu para um milhão”, segundo informou. De acordo com o parlamentar, com o aumento do consumo, o tráfico reduziu o preço do produto, vendendo mais barato que o legalizado pelo governo. “Ou seja, não resolveu".
O parlamentar, que também é médico, destacou ainda outras “drogas” que, legalizadas, como o álcool e o cigarro, têm causado imensos prejuízos aos usuários, famílias e até aos governos.
O deputado lembrou que o consumo de cigarro, por exemplo, foi reduzido em algumas regiões do País devido à forte fiscalização nos estabelecimentos. Mas, em outras partes, como nas fronteiras, esse consumo cresceu. “E isso porque o tráfico lá é liberado, de drogas, cigarro, álcool, eletrodomésticos”, pontuou.
Em aparte, os deputados Ferreira Aragão (PDT) e Roberto Mesquita (PV) também se manifestaram contra a maconha. De acordo com Ferreira Aragão, a droga é porta de entrada para qualquer outro tipo de droga, como o crack. “Só quem tem um viciado na família entende o que quero dizer. É loucura querer aprovar legalização de qualquer droga. Quem prega isso na marcha da maconha deveria ser preso”, criticou.
Roberto Mesquita reforçou que a maconha leva ao consumo de drogas mais pesadas, e que esse é o principal problema que a sociedade brasileira enfrenta. “Nesse cenário, a ideia de regularizar uma droga como a maconha não parece razoável”, ponderou.
O deputado Capitão Wagner (PR) rebateu o argumento de que “é comprovado que a maconha faz mais mal que o álcool”. “Ora, só nessa afirmação os defensores da maconha já reconhecem que ela é uma droga que faz mal”, disse. Ele afirmou que os malefícios da droga para a sociedade - em termos de segurança - para o bem-estar do usuário e de sua família “também são comprovados”.
Já o deputado Renato Roseno (Psol) frisou que não se deve desconsiderar o aspecto de que o consumo de maconha tem repercussões no usuário. A questão, segundo ele, é que o uso “já está liberado”. De acordo com Roseno, é a “ilegalidade que patrocina o tráfico e alimenta o consumo”. “O que devemos discutir é a regulação desse consumo, pois a regulamentação irá implicar a redução do consumo da droga”, defendeu. O debate, entretanto, deve ser aprofundado “sem calor e com coerência”.
PE/AT