De acordo com Capitão Wagner, no ano passado, o Ceará gastou R$ 1,4 bilhão na área de saúde e, neste ano, o orçamento está sendo mantido. Porém, se o Governo Federal não realizar os repasses que haviam sido acordados para a manutenção e o custeio das novas unidades hospitalares construídas no Estado, faltarão recursos. “Dizia-se que teríamos a maior estrutura de saúde do País. Talvez a população comemore essas obras, daqui a 20 anos, quando os novos hospitais estiverem funcionando a contento”, acrescentou.
Na avaliação do deputado, as novas construções podem se tornar “elefantes brancos”, se não forem assegurados recursos para o funcionamento. Capitão Wagner destacou que a obra do IJF II está com a conclusão prevista para 2017. “E se Roberto Cláudio não for reeleito? Há o costume de obras de governos anteriores serem abandonadas pelos seus sucessores, como se a beneficiada não fosse a sociedade”, observou.
Capitão Wagner explicou que o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) abocanha hoje um terço do orçamento do Estado. De 1,4 bilhão previstos, R$ 486 milhões vão para a organização social. “O modelo não é eficiente para atender as necessidades da população”, avaliou.
O parlamentar também acentuou que o Acquario Ceará foi vendido como a solução do turismo, mas, depois de investimentos da ordem de R$ 129 milhões, a obra não saiu do esqueleto. Capitão Wagner lembrou que o empréstimo que deveria ser contratado nos Estados Unidos para custear o equipamento não pode ser mais efetuado, porque a obra já está em andamento.
O deputado Tomaz Holanda (PPS), em aparte, disse que o Ceará é o Estado de grandes obras mal acabadas, como o Centro de Eventos, que foi concluído sem passarelas. “Os erros fizeram do Ceará o estado da falta de planejamento, como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o Acquario”.
O deputado Elmano Freitas (PT) defendeu a construção de novos hospitais regionais no Vale do Jaguaribe e Maciço de Baturité. Ele avaliou que essas novas unidades só poderão entrar em funcionamento se o sistema de prestação de serviços for mantido. “Se o pagamento de pessoal não for via Ordem de Serviço (OS), não poderá ser feito o desembolso necessário pela administração direta, porque o limite prudencial da folha de pagamento já está bem próximo de ser atingido”, disse.
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