O peemedebista disse se envergonhar com o Estado “que trata tão mal as crianças que mais necessitam”. Danniel salientou que quem procura um hospital não tem outra alternativa para o atendimento de seu filho. “Ninguém vai hospital sem precisar. A forma como fomos recebidos demonstra o quanto sofre a população que leva filhos doentes para o hospital. As mães reclamavam que chegavam às 6h da manhã e, mais de 3h da tarde, ainda não tinham sido atendidas.
Danniel Oliveira informou que a mãe que esperava há mais de nove horas tinha em seus braços uma criança com dengue, sentindo dores no corpo e com febre alta. “Esse menino tremia de febre. E o pior é que a emergência estava completamente lotada. Lá dentro, só três médicos atendiam a mais de 100 crianças doentes”, assinalou.
De acordo com o deputado, o hospital tentou impedir os deputados de ver o que acontecia. “Quando entramos, sentimos a pressão. No Albert Sabin não tem só 57 crianças, como foi noticiado. São mais de 80 nos corredores. O cenário mais terrível era a própria emergência. Não desejaria a nenhum inimigo ver o que acontece ali”, afirmou.
Na emergência, segundo o deputado, as mães disputavam o aerossol para seus filhos. “Um verdadeiro absurdo”, avaliou. Para Danniel Oliveira, o que se passa no Albert Sabin é retrato “do caos que se instalou na saúde pública do Ceará”. De acordo com o parlamentar, o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), que gerencia a saúde no Estado, é propriedade de Henrique Javi, atual secretário interino de saúde do Ceará.
“De que forma é feita a prestação de contas desse ISGH? Ninguém sabe”, respondeu. Para Danniel Oliveira, o Albert Sabin é apenas um dos hospitais que estão neste estado. “Não há nenhum programa para gerenciar a crise da saúde. Nada está sendo feito. Há meses a Prefeitura não repassa os recursos devidos ao Hospital Albert Sabin”, acrescentou.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) recomendou à Prefeitura, ao Estado e à Assembleia que peçam perdão para a população pelo “péssimo atendimento na saúde”. Segundo o deputado, há pessoas morrendo como moscas, sendo tratadas como animais. Ele ressaltou que o governador Camilo Santana não merece “essa granada explodindo em suas mãos”.
O deputado João Jaime (DEM) responsabilizou o caos à herança “maldita” recebida do Governo anterior. “Se fosse outro Governo, toda a base governista estaria fazendo oposição e responsabilizando o atual governante. Mas, desde o ano passado, criticamos a construção do Centro Olímpico de R$ 500 milhões, enquanto faltam recursos para a saúde.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) observou que Fortaleza vai realizar o maior São João, contratando músicos como Zezé de Carmargo e Luciano, Wesley Safadão, Mastruz com Leite e Forró Sacode, “mas para a saúde não tem recursos, e pacientes são atendidos no chão”.
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