Ela lembrou que a data surgiu de uma tragédia, sempre reportada em oportunidades como esta, quando nesse dia, na cidade de Nova Iorque, no ano de 1857, operárias foram vítimas das brutalidades dos patrões de uma fábrica de tecidos, que reprimiram com total violência uma greve que reivindicava melhores condições de trabalho e equiparação salarial. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato de extrema desumanidade.
A parlamentar afirmou que há muitas mulheres que se destacaram e destacam na luta pela emancipação feminina. “No entanto, o meu desejo, por questão de justiça, é dar voz e vez às mulheres anônimas que nos dão suporte e nos ajudam a dar vida à luta por direitos iguais entre homens e mulheres, sem as quais certamente não conseguiríamos dar curso a essa batalha”, avaliou.
Laís Nunes destacou o papel fundamental que mães desempenham no dia a dia das famílias brasileiras e cearenses, em particular. Segundo ela, as que só cuidam dos problemas domésticos são vítimas do preconceito machista de que “lugar de mulher é no lar, cuidando de tarefas comezinhas.” De acordo com a deputada, estas sofrem dupla opressão: a da condição de ser pobre e de ser mulher.
A parlamentar destacou pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) que mostra como as mulheres vêm ganhando espaço na realidade socioeconômica do País. Segundo ela, estudos revelam que as mulheres estudam, porém, possuem formação em áreas que recebem menores rendimentos; estão mais presentes no mercado de trabalho, mas continuam ganhando menos e caminham mais lentamente rumo à formalização.
Na avaliação dela, as mulheres sozinhas não podem combater os estereótipos profundamente enraizados na sociedade. “Mas, juntos, homens e mulheres podem virar a maré da desigualdade. E o mais importante, o fundamental: a luta para encerrar as injustiças de gênero precisa ter uma limitação de tempo. Não pode ser uma luta com fim indeterminado. Não podemos mergulhar num mar de incertezas, quando o que reivindicamos é justo, é honesto e é coerente com o papel que a mulher há desempenhado desde tempos imemoriais”, disse.
A parlamentar também comemorou a aprovação, na Câmara dos Deputados, na última terça-feira (10), do projeto que define feminicídio como circunstância qualificadora de homicídio. De acordo com a deputada, a iniciativa é uma tentativa de inibir a crescente violência contra a mulher. Segundo ela, o Ceará é um dos estados que mais registraram, em 2014, casos de homicídios de mulheres.
Em aparte, os deputados Augusta Brito (PCdoB), Capitão Wagner (PR) e Dra. Silvana (PMBD) enalteceram o discurso em defesa da mulher, sobretudo em relação ao combate à violência e à necessidade de uma maior participação e presença feminina na política.
LS/JU