O parlamentar ilustrou intolerância racial ressaltando que, no século 19 haviam pensamentos criados por viajantes estrangeiros no Brasil de que nas senzalas não nascem flores, que eram lugares onde não havia moral e ética, “construindo todo preconceito contra a mulher negra”. Segundo ele, contudo, ainda hoje existem preconceitos, relações de discriminação e exclusão social que impedem muitos brasileiros de ter uma vivência plena de sua cidadania.
De acordo com o deputado, a homenagem à Tereza de Benguela se deve ao fato de ela ter sido uma líder do quilombo de Quariterê, no Mato Grosso. O quilombo, conforme o petista, foi tão importante quanto o de Palmares. “Todos esses quilombos não reuniam apenas a população negra, mas índios, negros livres, brancos e pobres. Figuras que tiveram papel na construção desse país e não podemos deixar que essa memória se perca”, disse. Ele ressaltou que felizmente a Constituição de 1988 define o Brasil como um país rico em diversidade étnica e cultural, plural em sua identidade.
No Ceará, Pinheiro menciona atuação da população negra em Aracati, onde, segundo ele, teve papel fundamental na construção daquela cidade. De acordo com o deputado, chegaram a construir no município uma igreja dos negros, um espaço das irmandades religiosas, momento que tinham para reviver suas memórias”.
O parlamentar disse que há muitos que afirmavam que no Ceará não tem índios e negros, o que ele contesta, salientando seu trabalho junto aos quilombolas, lutando sobretudo em busca da titularização de suas terras.
Pinheiro também chamou atenção para o aumento do número de mortes no trânsito. Com base no mapa da violência no Brasil em 2013, o petista informou que os acidentes de trânsito representam a 3ª causa de mortes na faixa de 30-44 anos. “Precisamos nos debruçar para reduzir esse esses acidentes”, disse, defendendo que uma das ações a serem feitas é reorganizar a mobilidade urbana e estabelecer forte ação educativa para aqueles que usam os veículos.
Em aparte, a deputada Eliane Novais (PSB) parabenizou o petista pelo pronunciamento, afirmando que Pinheiro vai além do discurso, abraçando a causas como a dos quilombolas dando prioridade em seu mandato. Segundo ela, o racismo e discriminação ainda é muito presente.
LS/JU