De acordo com a matéria, de 167 intervenções anunciadas, apenas 68 estão prontas, ou 41%. Outras 88 (53%) ainda estão incompletas ou ficarão para depois da Copa. Onze obras foram abandonadas. “Às vésperas da Copa, apenas 10% das obras de mobilidade urbana estão concluídas, e a maior parte está incompleta”, disse a deputada.
Eliane Novais afirmou que a burocracia e alterações de projetos são as justificativas mais recorrentes dos governos para explicar a situação. “A ausência de projetos de mobilidade é uma queixa comum da população e foi a principal motivação dos protestos do ano passado”, ressaltou.
Nesse cenário, na avaliação da parlamentar, Fortaleza está em uma situação crítica. “A Folha de São Paulo listou 12 obras previstas para a nossa capital cearense. Dessas 12 obras, apenas a Arena Castelão foi concluída. O restante está ou incompleto, ou abandonado ou ficará para depois da Copa”, disse. Nessa listagem, segundo Eliane, Fortaleza é a terceira cidade-sede com maior quantidade de obras que só serão concluídas após a Copa.
A deputada lembrou que o Governo do Estado assumiu um compromisso quando apresentou o caderno de encargos. “Quando o secretário Ferrúccio Feitosa diz que o importante para a Copa é o estádio pronto, ele contradiz o discurso oficial do Governo do Estado e reduz a importância das demais obras, que são muito mais importantes do que um estádio padrão Fifa”, pontuou.
Eliane Novais avaliou que as obras que eram previstas para a Copa podem até ser concluídas após o evento. Mas, na sua opinião, correrão com uma celeridade bem menor do que antes do evento. “Se com a Copa batendo a nossa porta está tudo atrasado, abandonado e incompleto, imagine sem nossos governantes terem mais a obrigação de prazo para entregar”, considerou.
Em aparte, o deputado Augustinho Moreira (PV) disse que o discurso de Eliane Novais torce pelo fracasso. Disse que, por causa do ano político, há um clima de 'quanto pior melhor'. O deputado Roberto Mesquita (PV) afirmou que vibrou quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa, “mas esperávamos um legado social e de infraestutura, o que não aconteceu”.
Para concluir, a deputada declarou que o Ceará perdeu a oportunidade de acelerar a evolução dos índices de esgotamento sanitário, algo fundamental não apenas para a qualidade da moradia, mas para o turismo das nossas cidades. Metade de Fortaleza não tem acesso a esgoto. “E nessa situação se encontra também o entorno do Castelão, palco dos jogos da Copa em Fortaleza”, finalizou.
JS/CG