Segundo o deputado, já existem lugares no Ceará com enorme risco de desertificação, como a região do Vale do Jaguaribe, sendo necessário um cuidado maior com aquela área. “Jaguaretama já tem áreas em franco processo de desertificação. Sabemos que o Estado tem tecnologias para conviver com a seca e temos programas desenvolvidos com sucesso em outras regiões, podemos melhorar essas áreas”, afirmou o parlamentar.
Professor Pinheiro citou como exemplo o Projeto de Desenvolvimento Hidro-Ambiental (Prodham) da Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará, que vem tendo sucesso no Vale do Cangati, em Canindé, com o uso de cordões de pedras e barragens subterrâneas. “Aconselho a Comissão Especial de Combate à Seca a pensar em medidas como estas para recuperação do solo das regiões mais castigadas. Temos que nos preocupar com o fenômeno e pesquisar ações como estas para a convivência com a seca, além das ações emergenciais”, disse ele.
Por fim, o parlamentar sugeriu uma campanha nacional para que a Caatinga também seja protegida pela Constituição, com uma coordenação especial para tratar de assuntos ligados ao bioma. “Poderíamos iniciar uma campanha nacional para que o bioma da caatinga seja tratado com o mesmo carinho que a Amazônia, o cerrado e a mata atlântica. Não existe uma coordenação que cuide da caatinga, enquanto outros biomas têm setores exclusivos que tratam disso. Se não tivermos cuidado com esta preservação, teremos um deserto aqui”, concluiu Pinheiro.
Em aparte, o deputado João Jaime (DEM) concordou com Professor Pinheiro sobre a preservação da caatinga, mas lembrou que os outros biomas que estão na Constituição não estão sendo bem cuidados. Sobre as medidas para a recuperação do solo, João Jaime afirmou que as barragens e cordões são boas ações, mas não são aproveitáveis em todos os lugares, necessitando ainda de medidas práticas.
LA/JU