“Refiro-me ao caso dos empréstimos financeiros do Banco do Nordeste e ao caso dos empréstimos consignados, esse último denunciado pelo deputado Heitor Férrer (PDT) e amplamente debatido nesta Casa, inclusive com pedidos de CPI e de audiências públicas negados”, explicou.
A parlamentar ressaltou a publicação de artigo de sua autoria, publicado no blog do jornalista Eliomar de Lima, no qual critica “o silêncio do governador do Estado, Cid Gomes” em relação às investigações.
Conforme ressaltou, a juíza Nadia Maria Frota Pereira, da 13ª vara da Fazenda Pública de Fortaleza, concedeu liminar para quebra do sigilo bancário de Arialdo Pinho, secretário-chefe da Casa Civil, e de mais cinco supostos envolvidos com irregularidades na concessão de empréstimos consignados a servidores públicos no Ceará.
“O caso dos consignados, que considero um dos escândalos mais graves deste Governo, levou milhares de servidores públicos ao superendividamento, prejudicando-os fortemente em suas vidas financeira e social. As investigações apontam possível favorecimento ilícito e tráfico de influência do secretário e sua família por meio de empresas que operavam com exclusividade os empréstimos para servidores estaduais a juros superelevados”, enfatizou.
Em relação ao caso do BNB, a deputada registrou que o ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e atual presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Roberto Smith, e o titular da Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado (CGE) e ex-presidente do Comitê de Auditoria do BNB, João Alves de Melo, “há tempos vêm sendo investigados e, inclusive, já foram denunciados por servidores do banco e pela Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB). As denúncias apontam que ex-gestores do BNB teriam administrado irregularmente os recursos do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), provocando rombo superior a R$ 1,2 bilhão, resultado de aproximadamente 55 mil operações de crédito irregulares a empresários”, esclareceu.
Na avaliação da parlamentar, os “recursos volumosos” do banco poderiam estar sendo aplicados em favor do Nordeste. “É lamentável que uma instituição com a importância e a história do Banco do Nordeste esteja sendo usada para práticas delituosas como essa”, disse.
Durante seu pronunciamento, Eliane Novais também criticou a ausência de debates em plenário na abertura das atividades da Assembleia Legislativa, que contou com discurso de Cid Gomes, na manhã de ontem (03/02). Em aparte, o deputado Welington Landim (Pros) esclareceu que “o regimento da Casa não permite que o governador faça debate na abertura dos trabalhos”.
RW/CG