Deputada Eliane Novais (PSB)
Foto: Paulo Rocha
A deputada Eliane Novais (PSB) comentou no segundo expediente da sessão plenária desta quarta-feira (25/09), afirmações do governador Cid Gomes à imprensa de que se sente hostilizado pela direção nacional do PSB por conta dos convites feitos à ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins e ao deputado estadual Heitor Férrer (PDT) para se filiarem à legenda.
Segundo ela, “o grupo político do governador Cid Gomes sempre foi bem tratado pelo PSB. Eles foram muito bem acolhidos na legenda em 2005, após terem sidos expulsos do PPS. Houve, obviamente, uma resistência interna, especialmente aqui no Ceará, algo natural, tendo em vista as diferenças políticas e de origem entre o grupo dos Ferreira Gomes e os dirigentes históricos do partido aqui no nosso Estado, entre eles o ex-deputado federal Sérgio Novais”, pontuou.
De acordo com a deputada, desde o ingresso do grupo do governador no PSB, houve uma convivência relativamente harmônica, “apesar de algumas divergências pontuais”. Ela destacou que aconteceram crises menores ao longo do tempo, como em relação à construção do estaleiro em Fortaleza, mas foi possível manter o nível de diálogo.
“Após reeleito governador, Cid fez um convite a mim para assumir a vice-liderança do Governo na Assembleia Legislativa. Nós negamos este convite, tendo em vista que estávamos no primeiro mandato de deputada e eu sentia, já naquela época, a necessidade de ter uma autonomia no Parlamento”, justificou.
A deputada frisou que adotou uma postura de crítica ao Governo, votando contra o empréstimo do aquário e outras matérias do Governo. “Isso elevou o grau das diferenças políticas e acabou resultando em uma série de acontecimentos que culminaram naquele duro golpe na direção municipal do partido que destituiu o ex-deputado federal, Sergio Novais, do comando do PSB em Fortaleza”. Para Eliane, “a destituição pode, sim, ser considerada uma hostilidade, até porque fato como esse nunca aconteceu na história do PSB”.
A parlamentar acentuou que se o governador Cid não vai apoiar Eduardo Campos para disputar a presidência da República, sendo natural que o partido procure viabilizar um palanque local. “O presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, realmente teve pelo menos dois encontros com a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, e ligou para o deputado Heitor Férrer, convidando ambos para se filiaram ao PSB com o objetivo de formar um palanque no Ceará”, esclareceu.
A deputada observou que as declarações do governador Cid Gomes e do ex-deputado federal e atual secretário de Saúde do Governo do Estado, Ciro Gomes, contra a candidatura de Eduardo Campos não podem ser vistas somente como críticas comuns e naturais de um pensamento divergente. “São declarações fortes que mostram uma tentativa de sabotagem à tentativa de o PSB ter uma candidatura própria”, considerou.
De acordo com Eliane, a ruptura do PSB com a base do governo da presidente Dilma Rousseff foi uma medida “necessária e natural”, uma vez que a legenda deverá sim lançar a candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República.
JS/CG