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Ação da GDE novamente amedronta e faz refém a população de Fortaleza - QR Code Friendly
Segunda, 29 Janeiro 2018 04:05

Ação da GDE novamente amedronta e faz refém a população de Fortaleza

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Com comandos descentralizados e formada, principalmente, por criminosos jovens, a facção local Guardiões do Estado (GDE) age novamente e choca a Capital cearense. Depois de uma sequência de ataques a ônibus e prédios públicos que causou um colapso em Fortaleza, em 2017, a organização criminosa, agora, cometeu a maior chacina já registrada no Estado. Enquanto as ações de combate à criminalidade estão longe de surtir o efeito esperado, os órfãos deixados pela guerra entre Comando Vermelho e GDE se espalham por Fortaleza.   A facção foi criada, no ano de 2015, no bairro Conjunto Palmeiras. Dissidentes do Primeiro Comando da Capital (PCC) estavam insatisfeitos com as exigências da facção paulista, em relação às taxas que deveriam ser pagas pelos membros, e decidiram criar uma nova facção. Conhecida por ações de muita violência, a GDE comanda áreas estratégias do tráfico, como o Lagamar, no bairro São João do Tauape; o Conjunto Tasso Jereissati, no bairro Tancredo Neves; e a Babilônia, no bairro Barroso.   Um servidor da cúpula da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que não quis se identificar, disse que a Pasta enfrenta tempos difíceis, pela imprevisibilidade e inconsequência dos atos da facção local. "Eles são altamente violentos e perversos. O nome da facção por si só já demonstra o quanto são ousados. Que história é essa de 'Guardiões do Estado'? Os guardiões do Estado são o Governo, as Polícias e não criminosos que assim se denominem. Está na hora das Instituições mostrarem que detêm o controle".   Urgentes   O policial pontua que medidas urgentes precisam ser colocadas em prática. "É preciso ir pra rua e não sair. Identificar e prender líderes. Eles precisam saber que o crime não compensa. Não podemos ficar à mercê de criminosos. O que está faltando acontecer para que as pessoas acordem e enfrentem essa situação?", afirmou.   Segundo o policial, o clima na Secretaria é de muita tensão. "As reuniões foram muito tensas e nos bastidores todo mundo fala do esforço que está sendo feito, e mesmo assim os resultados não aprecem. Surgiram algumas versões sobre o mandante da chacina. Há boatos que pode ser um traficante da comunidade do Por-do-Sol, mas nada confirmado", afirmou.   O policial afirma que é preciso pensar as ações a longo prazo. "A verdade é que neste momento não existe um milagre para resolver esse problema. Com a proporção que as coisas tomaram, nada se resolverá de uma hora para outra. Está na hora dos secretários de Segurança e Justiça serem chamados às suas responsabilidades".   Extinção   Um policial que atua em um dos setores de Inteligência da SSPDS disse que acredita que a GDE está caminhando para a extinção e que a Chacina das Cajazeiras foi determinante. "Foi ousado demais o que eles fizeram. Nem mesmo os outros criminosos aceitaram. Já temos a informação que o PCC não terá mais nenhum tipo de parceria com a GDE. Isso prejudica demais, porque era o PCC que fornecia a droga que eles negociavam. Sem droga para vender não há lucro e sem lucro, não há motivo para a facção continuar", explicou.   O investigador lembra que a Família do Norte (FDN) e o Comando Vermelho (CV) convivem pacificamente no Ceará, e o PCC convivia com a GDE, mas a chacina pode causar um novo arranjo. "O mais provável é que todo mundo junte as forças e aniquilem a GDE. O que eles estão fazendo não é mais em nome do tráfico, estão agindo como terroristas. São radicais. Acho muito difícil que alguém ainda queira parceria com eles".   Ofensiva   O policial acrescentou que o atentado contra os participantes do 'Forró do Gago' fazia parte de uma ofensiva da GDE para tomar a Comunidade do Barreirão do Comando Vermelho. "A GDE está dominando a Zona Leste de Fortaleza. Já tem o Lagamar, a Babilônia e o Tasso Jereissati. O Barreirão era uma das poucas comunidades que eles ainda não tinham conseguido entrar. Foram lá para desafiar o CV, para demonstrar poder. Estamos em uma busca incessante pelo 'Celim' [Auricélio Sousa Freitas, apontado como líder da GDE], mas ainda não conseguimos achá-lo", explicou o policial.   O investigador lembra que os eventos promovidos no local do massacre não eram de nenhuma facção. "O 'Forró do Gago' acontece toda semana. É uma festa como qualquer outra. O problema é que muita gente do CV frequentava o 'Forró do Damásio', no Tancredo Neves, mas a GDE tomou a área e o Damásio foi morto, eles passaram a ir para a festa no Barreirão. Repito, não era um evento do CV, mas que era frequentado por membros do CV" , esclareceu.   Fique por dentro   GDE ganha poder arregimentando adolescentes   A facção Guardiões do Estado (GDE) foi criada há dois anos, no bairro Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, e ganhou força arregimentando jovens e adolescentes fazendo promessas de uma vida melhor no crime. Descentralizada, a organização passou a ter lideranças em cada bairro e a assumir grandes ataques, principalmente, na Capital. Desde quando foi descoberta pela rival Comando Vermelho, a GDE passou a agir de forma mais incisiva. Dentre seus atos está a participação no caso que terminou com um carro-bomba colocado em frente à Assembleia Legislativa do Estado, em abril de 2016. Um ano depois, a facção atacou diversos coletivos urbanos e prédios públicos em Fortaleza. Nas últimas semanas, dois membros da facção foram detidos e disseram que tinham como missão matar policiais para entrar na GDE.
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