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Partidos políticos são fechados para o debate interno - QR Code Friendly
Segunda, 16 Outubro 2017 04:14

Partidos políticos são fechados para o debate interno

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O deputado Roberto Mesquita disse acompanhar tal situação "com tristeza", pois de um lado e de outro são colocados à mesa interesses pessoais O deputado Roberto Mesquita disse acompanhar tal situação "com tristeza", pois de um lado e de outro são colocados à mesa interesses pessoais ( FOTO: José Leomar )
A cada período pré-eleitoral é a mesma coisa. As lideranças partidárias buscam apoios de outros dirigentes para coligações e vão a procura de nomes para compor a chapa que disputará determinada vaga no Legislativo. No entanto, discussões democráticas mais aprofundadas ficam em segundo plano entre as legendas, o que acaba por perpetuar partidos sem qualquer oxigenação ou organicidade. Para alguns parlamentares, essa situação se dá porque a legislação eleitoral vigente no País permite, o que faz com que os partidos políticos se apresentem cada vez mais vulneráveis, em sua maioria centrados na figura de um "dono" ou "cacique". "Isso é uma prática usual, pois a gente sabe que existe o caciquismo. O PDT tem como grande ator o presidente André Figueiredo, o PMDB o Eunício Oliveira e o DEM, o Chiquinho Feitosa, por exemplo", afirmou o deputado Sérgio Aguiar (PDT). Ele ressaltou que somente o Partido dos Trabalhadores (PT) tem maior organicidade, que debate mais democraticamente com seus filiados, e ainda se mantém com maior capilaridade entre seus dirigentes. "Eu confio no meu dirigente partidário e, quando vejo algo de errado, que conforta ou não seja legal para a legenda, vou a ele e consigo rediscutir a posição partidária. Mas a gente sabe que a tônica é a do controle do partido". O parlamentar lamentou e disse que a maioria dos partidos, hoje em dia, são cartoriais, onde toda a máquina partidária "está dentro de um colecionador e vai embaixo do braço do presidente que pouco consulta as instâncias partidárias". De acordo com o pedetista, isso tem debilitado os partidos onde até as convenções dão poder para que as executivas fechem as coligações, o que diminui as discussões nas agremiações. "Isso é prejudicial porque quanto mais pessoas discutindo a vida partidária, melhor seria para o País", destacou. "Eu acho que temos uma situação na sociedade em que os partidos têm fragilidade de vida orgânica e debate interno", ressaltou o deputado Elmano de Freitas (PT). Segundo ele, tal fragilidade existe em toda a democracia brasileira, o que se reflete em uma baixa participação política e onde há participação, essa é marcada por um elevado grau de corrupção, o que afasta cada vez mais as pessoas de participarem da vida pública. Conveniências "Isso gera partidos que têm um dono e é ele quem decide, e não tem por que discutir porque é a decisão de um sobre todos. PT, PCdoB e PSOL e o PSDB em alguns locais têm essa vivência mais democrática. No caso do Partido dos Trabalhadores, temos um esforço grande para que funcione, mas acho que não temos uma vida orgânica boa", disse o petista. De acordo com o parlamentar, não havendo debates de ideias nas siglas partidária, acaba se originando projetos políticos de pessoas, visto que a discussão se dá por onde se elege e não há concordância com aqueles que defendem mais ideias. Para o deputado Heitor Férrer (PSB), o que move muitos dirigentes partidários não é a convicção ou ideologia, mas as conveniências de cada um. De acordo com ele, isso acontece devido à legislação eleitoral vigente no País que induz esse tipo de comportamento. "É intrínseco do brasileiro realizar esse tipo de ação por conveniência. Não há convicção de programa partidário, mas de interesses pessoais", lamentou o pessebista. O deputado Roberto Mesquita (PSD) disse acompanhar tal situação "com muita tristeza", pois, segundo ele, nas discussões de um lado e outro são colocados à mesa os interesses pessoais e não coletivos. "Os dirigentes e candidatos deveriam tratar da ideologia e programação partidária ao invés de pensar apenas em determinado mandato. A gente trabalha apenas pensando em conveniências, em pessoas a conquistar, e nada mais centrado em discussões mais amplas. Isso acaba por enfraquecer o modelo democrático", disse.  
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