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PSB corteja Camilo, mas petistas negam saída - QR Code Friendly
Quinta, 19 Janeiro 2017 04:06

PSB corteja Camilo, mas petistas negam saída

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Os rumores de que o governador Camilo Santana poderá deixar o Partido dos Trabalhadores (PT) e ingressar no Partido Socialista Brasileiro (PSB) se intensificaram nos últimos dias após conversa entre ele e Paulo Câmara (PSB), chefe do Poder Executivo de Pernambuco. Enquanto o presidente da sigla pessebista no Ceará, o deputado federal Danilo Forte, vê com bons olhos tal possibilidade, o deputado estadual Heitor Férrer (PSB), que dirige o diretório de Fortaleza, não gostou da ideia.   LEIA MAIS   .PT discute relação com o PDT na Capital em março   Férrer já deixou o PDT após ingresso dos irmãos Cid e Ciro Gomes e do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, todos aliados do governador. Já os petistas entrevistados pelo Diário do Nordeste não creem como possível a ida de Camilo para o PSB. As conversas com o chefe do Executivo cearense acontecem desde o ano passado, e ele é bem visto no PSB, até porque seu pai, Eudoro Santana, já presidiu a sigla em momento difícil para o grêmio no Ceará.   Interesse   O último encontro de Camilo com Paulo Câmara, conforme noticiou ontem a "Coluna Comunicado", deste jornal, ocorreu em Fortaleza antes da viagem oficial do petista ao Oriente Médio, quando o governador de Pernambuco esteve no Ceará para uma reunião de família, em Quixeramobim. Questionado sobre as especulações, o presidente estadual do PSB, Danilo Forte, afirmou que tem acompanhado as conversas "de longe" e elogiou o trabalho do petista à frente do Governo do Estado.   "É um cara aberto ao diálogo com os mais diversos segmentos da sociedade, e qualquer agremiação se orgulharia muito de tê-lo como membro", disse. No entanto, durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), os dois partidos passaram por afastamento. A sigla pessebista compõe a base aliada do Governo Michel Temer (PMDB).   "O PSB ainda não tem uma pré-definição para 2018, mas pretendemos atravessar o momento em condições melhores para a economia", pontuou Danilo. Nos bastidores da política local, o que se comenta é que há um interesse no grupo dos irmãos Ciro e Cid Gomes, ambos do PDT, de ampliar o leque de possibilidades de apoios com vistas a 2018, quando haverá eleição para o Governo do Estado e para a Presidência da República.   O PSB, portanto, seria opção para o ingresso de Camilo, mantendo relações próximas com PT e PDT em nível local, mas com o empecilho de que o PSB tem projeto presidencial diferente do pedetista. Presidente da sigla pessebista em Fortaleza, Heitor Férrer não vê com bons olhos a possibilidade de mudança, pois, para ele, não há como dissociar Camilo de Cid e Ciro Gomes.   No entanto, Danilo Forte destacou que Férrer tem adotado linha de independência na Assembleia Legislativa, tanto que, ao propor a extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), atendeu a desejo do Governo. "O Heitor não é um deputado preso, assim como o PSB não quer ser. Dá para ter os dois no mesmo partido, pois são duas pessoas inteligentes, sérias com a coisa pública", declarou.   Férrer afirmou, porém, que Camilo é "o miolo da linha política dos Ferreira Gomes", não tendo qualquer desvinculação entre eles. "Apesar de estarem em siglas diferentes, o Camilo só é governador por conta do apoio dos Ferreira Gomes, tanto que Camilo tem no seu secretariado o Mauro Filho, Arialdo Pinho, Antônio Balhmann, todos já secretários do Cid, e o Lúcio Ferreira Gomes, fortalecido na Infraestrutura, e Nelson Martins, que foi líder do Cid, e hoje está na Casa Civil", apontou.   Os petistas também não acreditam na ida de Camilo ao PSB e veem com estranhamento a possibilidade de que o governador deixe os quadros do PT. De acordo com o presidente estadual da sigla, Francisco de Assis Diniz, Camilo já teria ratificado seu posicionamento de não sair do partido. O dirigente ressaltou, inclusive, que o chefe do Poder Executivo Estadual, como membro do diretório estadual, participará efetivamente do processo de eleição interna da sigla, marcado para março. "Não há o que dizer, isso é apenas especulação. O governador já disse que isso não vai acontecer", minimizou.   Bancada   A deputada estadual Rachel Marques também disse desconhecer a informação, destacando ainda que não há qualquer tratativa neste sentido dentro do PT. Na tarde de ontem, ela e os outros três deputados do PT com representação na Assembleia - Elmano de Freitas, Manuel Santana e Moisés Braz - se reuniram com o secretário da Casa Civil, o também petista Nelson Martins, para discutir, dentre outras pautas, o posicionamento dos representantes da legenda na Casa nos próximos meses.   Segundo Marques, há discussões preliminares no PT sobre a mudança dos diretórios municipais e estadual e, neste debate interno, o nome de Camilo poderia, inclusive, ser escolhido por consenso para a presidência estadual do partido. Já Manuel Santana afirmou que, caso seja confirmada a ida do governador para o PSB, em nada mudaria a relação dele com os petistas da Assembleia Legislativa.   "Não queremos romper com o governador em hipótese alguma, por isso não muda em nada nossa relação", disse. Pela legislação, Camilo tem até abril de 2018 para decidir se muda de partido com vistas a disputar um segundo mandato no Governo.
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