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Coluna Fabio Campos - QR Code Friendly
Quinta, 12 Janeiro 2017 04:35

Coluna Fabio Campos

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O novo governo de Camilo Santana   Confirmando quase por inteiro o conjunto de mudanças que havia sido antecipado pelo jornalista Jocélio Leal (O POVO) e pelo meu blog abrigado no portal do O POVO, o governador Camilo Santana (ainda no PT) usou ontem a sua conta no Facebook para anunciar as mudanças em seu secretariado. O único fato que ainda não era conhecido: a indicação de Nelson Martins para a Casa Civil.   Porém, será uma Casa Civil sem prerrogativas operacionais. Nelson, cujo DNA petista há tempos se esvai, será um secretário com responsabilidades notadamente políticas. Reproduzindo a Segov que já foi de Luiz Pontes nos tempos do governador Lúcio Alcântara, o novo secretário assumirá tarefas políticas no relacionamento com a base aliada na Assembleia e com os prefeitos.   Por ironia do destino, o desenho do Governo de Camilo passa a ser muito parecido com o que havia na gestão de Lúcio Alcântara, entre 2002 e 2006. Maia Jr era o homem forte do Governo abrigado numa Secretaria de Planejamento e Gestão com poderes vitaminados e uma Casa Civil dedicada às questões e questiúnculas políticas.   É exatamente assim que será sob as asas de Camilo Santana. O empresário e tucano Maia Jr chega ao Governo depois de um mês de conversas. Resistiu o quanto possível, mas acabou cedendo aos pedidos de amigos, às abordagens de Eudoro Santana e à promessa feita pelo governador de que terá ampla liberdade para implantar sua linha administrativa.   É aí que a coisa pega. Maia é conhecido pelo hábito de tratorar. Tem poucas papas na língua. Não é do seu estilo, por exemplo, tolerar e trabalhar em um Governo que mantém uma área de desenvolvimento econômico tão confusa, com tantas vertentes e tantos personagens à frente. Escrevam: se ficar pedra sobre pedra nesse setor, é sinal de que Maia não vai durar muito tempo no Governo.   Uma das condições impostas por Maia: nada vai mudar a sua devoção política a Tasso Jereissati. A julgar pela relação que o governador mantém com o senador, isso não será um problema. Problema mesmo é se algum jornalista resolver perguntar a Maia Jr o que pensa de obras como o Centro de Feiras, o Acquario e o Centro de Formação Olímpica. O mesmo vale para a compra dos famosos e malfadados tatuzões. Se for sincera, a resposta pode gerar uma crise política sem precedentes.   Quem passear pelo facebook de Maia Jr vai esbarrar em situações típicas de quem estava com a vida ganha. A maioria das postagens é de receitas da boa cozinha. De vez em quando, posts de análise econômica da lavra de economistas como Armínio Fraga, Gustavo Franco e Marcos Lisboa, todos liberais de carteirinha e da área de influência do PSDB. É gente cujo pensamento é o oposto do que vem pregando Ciro Gomes.   Porém, as mudanças no secretariado e seus desdobramentos (inclua-se aí a ida de Jesualdo Farias para Cidades e Lúcio Gomes para Seinfra) mostram um governador que não aceitou ficar deitado em berço sem nenhum esplendor. Camilo parece ter entendido que não podia se render à mediocridade que se antecipava avassaladora para seus dois anos finais.   O papel mais difícil do governador começa agora. É moleza construir uma maioria na Assembleia e destroçar os opositores. Difícil mesmo é chegar ao final de um mandato com o reconhecimento de que soube superar as mais difíceis circunstâncias políticas e administrativas para fazer a coisa certa em um País mergulhado na recessão. Camilo tem dois anos para atingir tal meta.  
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