A violência nos arredores do Estádio Presidente Vargas (PV) durante o Clássico-Rei, do último domingo, foi um dos temas em destaque, ontem, na Assembleia Legislativa, levantado pelo deputado Ely Aguiar (PSDC). Segundo o parlamentar, o entorno do equipamento esportivo transformou-se “em uma verdadeira praça de guerra” e alguns torcedores, até do mesmo time, se agrediram. “Esperamos que o governo invista em projetos que protejam o torcedor de bem e que penalizem, com rapidez, os que vão apenas para danificar o patrimônio, pois a impunidade gera violência”, ponderou Ely. O deputado Idemar Citó (DEM) concordou com a denúncia: “os torcedores estão apavorados por conta desses marginais que vão somente para provocar a baderna”. Na Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Marcus Teixeira (PMDB) lamentou a situação e criticou a falta de controle por parte dos órgãos policiais, cobrando resultados nas ações para evitar a violência em dias de jogos. Segundo o peemedebista, o efetivo policial era de, aproximadamente, 500 homens e, mesmo assim, poucas pessoas foram detidas. “Essas pessoas vão cumprir suas penas com o pagamento de cestas básicas, de trabalhos voluntários, mas deveriam ser presas. Esses episódios voltarão a acontecer enquanto tivermos penas brandas.” Segundo a Secretaria de Esporte e Lazer de Fortaleza (Secel), o valor dos prejuízos ao patrimônio público chega ao montante de 18 mil reais, com aproximadamente 72 cadeiras danificadas, dentre outros estragos. Este foi um número recorde e, infelizmente, esse tipo de vandalismo já está tornando-se recorrente no recém-inaugurado PV.Novamente, a Secel informou que os danos serão repassados aos clubes, mas o mesmo já havia sido dito pelo órgão a respeito do “quebra-quebra” causado pelos vândalos travestidos de torcedores, no Clássico do dia 25 de março - quando 35 assentos foram arrancados. Este acordo não foi cumprido: a Cidade e os contribuintes pagaram a conta. Os clubes Ceará e Fortaleza faturaram, com a partida do dia 25, cerca de R$ 145 mil. Desta vez, foi divulgado que, o Fortaleza deverá arcar com R$ 14.535 do prejuízo, e o Ceará, R$ 3.825, levando-se em conta o valor unitário de cada cadeira que, é de R$ 255. Juizado Especialdo TorcedorEly Aguiar destacou também a atuação do Juizado Especial do Torcedor, do Tribunal de Justiça do Ceará, que iniciou as suas atividades no Estádio Presidente Vargas, durante a partida do Fortaleza contra o Grêmio no dia 2, último. O juizado tem como objetivo averiguar crimes de menor potencial, como furtos, danos ao patrimônio público e lesão corporal em uma área de até cinco quilômetros do estádio. “Antes do juizado, pessoas com esse comportamento eram levadas para a delegacia, às vezes, sequer faziam um Boletim de Ocorrência. Mas, com essa medida, isso vai mudar”, completou. Graças ao Juizado, segundo o deputado, haverá uma diminuição da violência nos estádios. “No jogo do último domingo, entre Fortaleza e Ceará, quatro torcedores foram apenados com a prestação de serviços no IJF, durante o período de 90 dias. Outro torcedor terá que pagar R$ 600,00 de multa, e outro foi levado para o presídio, já que estava sendo procurado pela Justiça”, observou o Ely. (por Caroline Avendaño, da Redação)