Bastou o governo Cid Gomes (PSB) engrossar a voz contra a empresa ABC para os líderes do Executivo na Assembleia Legislativa também mudarem o tom do discurso em relação às suspeitas sobre o sistema de consignados. Ontem, os deputados Antônio Carlos (PT) e Carlomano Marques (PMDB) procuraram o secretário de Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo, para tentar esclarecer o assunto que, até março, era considerado pelos próprios parlamentares apenas “café requentado”. O deputado Sérgio Aguiar (PSB), que não havia se manifestado sobre o assunto, também participou do encontro. Questionado sobre o porquê da mudança de postura, Antônio Carlos disse que tem procurado acompanhar a voz de Cid. “Eu sou líder do Governo, tenho uma responsabilidade. A minha fala é a do governador. Não faço construção individual”, justificou. O endurecimento do Executivo se deu poucos dias após publicação de reportagem da revista Época sobre o tema, no início de abril. Também perguntado sobre por que só agora os líderes têm manifestado interesse sobre as denúncias, Sérgio Aguiar explicou que é hora de “nivelar informações. O processo licitatório foi feito dentro dos procedimentos, mas há um desgaste político. Não podemos deixar que isso manche o governo”. Ambos destacaram que não há pré-julgamento. Eles também descartaram procurar o chefe da Casa Civil, Arialdo Pinho, que teve o nome envolvido nas suspeitas.(Hébely Rebouças)