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Deputados relembram o golpe com críticas  - QR Code Friendly
Quarta, 02 Abril 2014 05:13

Deputados relembram o golpe com críticas

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Deputado Lula Morais é abordado pelo seu colega Carlomano Marques, sob os olhares do deputado Heitor Férrer, após ter saído da tribuna da Assembleia sem conceder apartes, insistentemente solicitados, inclusive por Carlomano Deputado Lula Morais é abordado pelo seu colega Carlomano Marques, sob os olhares do deputado Heitor Férrer, após ter saído da tribuna da Assembleia sem conceder apartes, insistentemente solicitados, inclusive por Carlomano fotos: alex costa
  Deputados estaduais cearenses aproveitaram para lembrar, na sessão de ontem, os cinquenta anos da ditadura militar implantada no Brasil no ano de 1964. De acordo com alguns parlamentares, há necessidade de se debater o que aconteceu ao longo de mais de vinte anos no País durante o regime para que isso não volte a acontecer. O deputado Manoel Duca (PROS) defendeu o período de exceção. O deputado Lula Morais (PCdoB) fez um histórico dos principais acontecimentos da ditadura militar, destacando, principalmente, a censura e a crise, que segundo ele, passou os principais setores do País. O parlamentar, no entanto, não cedeu aparte aos deputados Carlomano Marques (PMDB), João Jaime (DEM) e Fernando Hugo (SDD), que passaram a dizer que o comunista não estava sendo democrático. Segundo Lula, após o golpe do parlamentarismo, em 1963, o presidencialismo venceu com 83% do eleitorado. No discurso no dia 3 de março de 1964, segundo disse, o presidente João Goulart reafirmou o compromisso com as reformas de base, como a reformas agrária, urbana, administrativas da educação e regulamentação do direito de greves. O deputado disse ainda que a "aliança direitista" procurou legitimar o golpe, assim como o Governo americano que teve participação na realização do regime militar. Dialogar "O regime aumentou a dependência externa do Brasil. Imposta a ditadura, ela enfrentou os progressistas e as forças democráticas, que organizaram a resistência democrática", afirmou. A segunda fase da ditadura militar foi lembrada por Morais como "um período terrorista", com a instauração do Ato Institucional nº 5, o AI5, que foi instituído para censurar meios de comunicação e perseguir opositores ao Governo, o que culminou no início da chamada resistência armada no País. "Temos que denunciar a retomada golpista que se tenta no Brasil. Em 2005 tentaram dar um golpe com a retirada do ex-presidente Lula", disse o parlamentar. Ele foi interrompido pelos deputados João Jaime, Fernando Hugo e Carlomano Marques que queriam um aparte, que não foi concedido. Os colegas de Morais, a partir daí, passaram a reclamar de sua posição "autoritária" ao que ele respondeu pedindo ao presidente da sessão, Manoel Duca (PROS), para "cortar" o microfone dos três. "Quando a ditadura entra, ela não vai atacar vossas excelências. Eles vão atacar os comunistas. Só na democracia é possível dialogarmos com as pessoas. Por isso muitos hoje estão fazendo o 'mea culpa", disse, enquanto os parlamentares solicitavam um procedimento mais "democrático" dele na tribuna da Casa. "E a democracia, deputado", questionou Carlomano Marques, que logo em seguida reclamou com Manoel Duca. "Se o orador diz: 'manda cortar o microfone, manda retirar o tempo' vossa excelência não pode receber essa ordem, de orador nenhum, seja ele comunista ou democrata", reclamou o peemedebista. Após o embate, Morais pediu desculpas "de coração" aos seus colegas em plenário. Capacidade O deputado Welington Landim (PROS) lembrou que, quando cursava medicina, em Recife, sofreu com a ditadura militar quando precisava baixar a cabeça para não ser reconhecido pela imprensa, pois corria o risco de perder o curso. Já Fernando Hugo (SDD) criticou todos os regimes comunistas da URSS, Cuba, China e Coreia do Norte, e disse que João Goulart não tinha capacidade sequer para comandar o País, destacando que outros eram os que comandavam o País. João Jaime (DEM) destacou que a União Nacional dos Estudantes (UNE), que foi um dos símbolos contra a revolução na década de 1960, recentemente, recebeu R$ 50 milhões que ainda não foram aplicados. "Além do mais, o presidente da UNE, que era, democraticamente, eleito pela UNE, hoje não é mais. Ela é comandada pelo PCdoB, escolhido por um grupo de interesses e instrumento de um partido político", disse ele. A deputada Eliane Novais (PSB) solicitou a constituição da Comissão Estadual da Verdade, que foi prometida, mas ainda não foi instalada. Ela solicitou ao presidente da Assembleia Legislativa, José Albuquerque (PROS), o início dos trabalhos do colegiado, que foi solicitado desde o ano de 2012. "Ainda há tempo de preenchermos essa lacuna, porque deputados foram perseguidos no Ceará. Temos que resgatar a nossa própria história", disse ela. O deputado Antônio Carlos (PT) ressaltou que é importante manter viva a lembrança do golpe militar, pois este marcou profundamente a história do Brasil. "Foram mais de vinte anos de atrasos que esta famigerada ditadura estabeleceu para o País. Ela marcou corpos e mentes de pessoas", disse ele. Apesar de muitos deputados terem se manifestado contra os mais de vinte anos da ditadura militar no Brasil, há quem defenda o regime ditatorial que mudou a história do País. O deputado Manoel Duca, militar reformado do Exército, defendeu o que ele chamou de "revolução" e disse que o movimento do Exército Brasileiro foi solicitado pela própria população da época. Segundo ele, obras, como as usinas de Itaipu, Angra dos Reis e a Ponte Rio-Niterói foram algumas das intervenções deixadas pelos militares, que, conforme disse, morreram todos pobres. "Corrupção? Corrupção tem é agora. A revolução que aconteceu em 1964 antecedeu uma cubanização do Brasil", disse ele, justificando ainda os assassinatos ocorridos durante a ditadura militar, afirmando que em todo movimento há mortes. Câmara exalta democracia Em alusão aos 50 anos do golpe militar, o vereador Deodato Ramalho (PT) fez um breve histórico do período para ressaltar a importância da manutenção de um regime democrático no Brasil. O petista criticou a posição de grupos minoritários que, atualmente, ainda defendem o retorno da ditadura militar. O vereador afirmou que o golpe militar era planejado desde a época em que o então presidente Juscelino Kubitschek foi eleito e empossado. "Na verdade, o golpe militar de 64 não foi articulado apenas depois da posse do João Goulart, imediatamente após a renúncia do presidente Jânio Quadros. Ele, já vinha sendo preparado desde a época da eleição do Juscelino Kubitschek. Antes mesmo da posse dele, os golpistas já se preparavam a ação", destacou. Deodato Ramalho lamentou que alguns setores da sociedade civil tenham apoiado a instalação da ditadura e lembrou que os Estados Unidos também foram responsáveis por fomentar a instalação do regime militar. Imagem "Ainda ontem, ouvi um áudio em que o ex-presidente Kennedy, dos Estados Unidos, indagava ao embaixador o que poderia ser feito contra João Goulart. O conservadorismo que sempre caracterizou a trajetória das Forças Armadas no Brasil quis transformar a imagem do latifundiário João Goulart em comunista", apontou. O parlamentar destacou que, embora a democracia brasileira tenha se consolidado, a história do País é repleta de golpes e sinais de autoritarismo. "É importante fazer esse discurso para alertar aqueles que, ainda minoritários na sociedade, defendem a volta da ditadura. Essa é a vontade de uma minoria, mas esse desejo é, muitas vezes, colocado como se fosse a expressão maior do povo brasileiro", disse. Ele criticou os representantes da sociedade que defendem um novo golpe sob a justificativa de que aquele período na história brasileira conseguiu alavancar a economia do País. Na avaliação do petista, o argumento é infundado, devido ao grande dívida externa deixada pelos militares. "Esse é outro argumento que usam para esconder a gravidade do que aconteceu no Brasil. Não é verdade dizer que a ditadura foi boa para a economia. Na verdade, foi um desastre. Além do arrocho salarial que se impôs ao povo trabalhador, a dívida externa deixada pelos militares representaria 1 trilhão de dólares", pontuou. Deodato Ramalho exaltou a manutenção do regime democrático ao comemorar a liberdade de expressão garantida à sociedade. O vereador frisou que somente a democracia é capaz de permitir que um deputado federal defenda a volta da ditadura militar. "O deputado federal Jair Bolsonaro, que justifica os atos de tortura e defende a ditadura militar, tem total liberdade de se expressar. Agora, numa ditadura, quem defendia a democracia era respondido com a truculência. Essa é a diferença fundamental", comparou o vereador.
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