Você está aqui: Início Últimas Notícias Maioria de internautas diz que lutas pela TV estimulam violência
O deputado Roberto Mesquita (PV) ressaltou que algumas lutas podem estimular a violência. “Sou da época em que os praticantes de lutas marciais tinham uma filosofia de vida”, comentou, acrescentando que hoje as lutas são mais voltadas para o espetáculo. Conforme o deputado, as lutas podem influenciar as crianças, já que a “TV lança modismos”. Roberto frisou que isso pode ser constatado nos conteúdos e objetos que são repassados ao público das telenovelas, “que viram moda logo no dia seguinte”.
Para ele, as emissoras deveriam estabelecer algum tipo de publicidade para mostrar aos telespectadores que as lutas são um esporte e que nem todos podem praticá-las aleatoriamente.
A deputada Rachel Marques (PT) ressaltou que as emissoras também devem tornar as lutas livres menos acessíveis a crianças e adolescentes. “Temos que ver a questão do horário, já que os jogos são muito violentos e podem influenciá-los de alguma maneira”, pontuou.
O coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), da Universidade Federal do Ceará (UFC), professor Leonardo Sá, disse que as três respostas da enquete têm um fundamento verdadeiro e lógico. “Elas se completam entre si”, afirmou.
No caso das lutas estimularem a violência em crianças, ele ressalta que deve haver um controle por parte dos pais para que isso não aconteça. “A responsabilidade, nesse caso específico, é dos pais. O Poder Público nada pode fazer”, observou. Segundo ele, são os pais que podem proibir ou não os seus filhos de assistirem a este tipo de espetáculo.
Ele também pontuou que as lutas devem ser regularizadas na forma de esporte para que elas fiquem, no imaginário das pessoas, como algo positivo. “O que deve ser esquecido é que as lutas servem para que as pessoas façam justiça com as próprias mãos. Todos devem ponderar que os lutadores têm espírito esportivo e são profissionais”, observou.
Leonardo disse, ainda, que não se pode censurar qualquer conteúdo que venha a ser veiculado na mídia. “Agora, o que se pode ser debatido é se a mídia influencia os valores e o pensamento das pessoas. Se o conteúdo for censurado, nunca será debatido”, disse. Para ele, cabe à sociedade cobrar das mídias se elas estão transmitindo ou não uma violência excessiva. “Mas a mídia, diretamente, não causa violência”, afirmou.
EU/CG