O candidato ao Governo do Ceará com apoio da gestão Cid Gomes (Pros), Camilo Santana (PT), disse que vai “trazer para si” o problema da violência. “Tem coisas que só quem tem o poder de fazer é o governador”, declarou. A estratégia, segundo ele, é reorganizar o Ronda do Quarteirão e integrar políticas públicas nas regiões mais violentas. Questionado se essas teriam sido falhas do atual governo, o petista rebateu citando investimentos do Executivo no setor – que, de acordo com pesquisa O POVO/ Datafolha publicada no último dia 14, é o segundo mais mal avaliado do Estado, depois da saúde. O tema da segurança pública foi o último citado por Camilo na palestra de mais de 40 minutos feita ontem à noite a representantes do setor produtivo, no Centro Industrial do Ceará (CIC). Sem menções diretas a Cid nem à presidente Dilma Rousseff (PT), ele enumerou índices positivos nas áreas de infraestrutura e economia. Chegou a ser aplaudido quando, diante da plateia de empresários, disse que seguiria aumentando a arrecadação do Estado sem aumentar impostos. No momento da campanha em que alguns aliados deixam sua base de apoio alegando “isolamento” na coligação, Camilo fez questão de, incisivamente, se apresentar como o candidato “do diálogo”. Foi com a proposta de “sentar para dialogar”, aliás, que o petista respondeu boa parte dos questionamentos dos empresários no CIC, que indagaram sobre uma possível Parceira Público-Privada para gerenciar o Centro de Eventos do Ceará, sobre a ampliação do Porto do Pecém e sobre a “desburocratização” dos recursos da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Silêncio Camilo não quis comentar a saída do partido Solidariedade (SDD) e de lideranças políticas do Interior para a coligação adversária de Eunício Oliveira (PMDB), anunciada na manhã de ontem. “Meu papel é discutir com as pessoas, apresentar, ouvir. Existe uma coordenação da campanha que trata dessas questões”, afirmou.  O petista também preferiu não opinar sobre a declaração do presidente nacional do PT, Rui Falcão, feita ao O POVO na última semana, de que a presidente Dilma Rousseff (PT) não tem previsão de agenda na campanha do Ceará e de que, por enquanto, a petista não priorizará nenhum dos candidatos de sua base no Estado – Camilo ou Eunício. “Eu sou o candidato do mesmo número da presidente Dilma. Em toda minha propaganda, vocês não vão encontrar uma que não tenha Dilma”, disse Camilo. Bate-pronto Pergunta - Sobre a violência, o senhor propõe integrar políticas públicas. Considera isso uma ideia nova? Camilo - Já existiu antes? Pergunta - Gostaria de saber se o atual governo já não.. Camilo - Isso precisa ser tratado no dia a dia. (...) Agora, nós temos uma demanda que está acumulada há muito tempo.   Pergunta - Mas integrar políticas é algo básico, não? Camilo - Acontece que (no setor de segurança) nós não tínhamos equipamentos, tínhamos bem menos pessoal, não tínhamos inteligência, não tínhamos academia para formar os policiais. Não se tratava de segurança pública antes no Estado.  Bastidores 1. NOVA ALIADA? A ex-pré-candidata do PSB ao governo e ex-presidente do CIC, Nicole Barbosa, esteve presente na palestra de Camilo. A assessoria da coligação chegou a dizer que Nicole estaria apoiando a candidatura. Depois do evento, ela afirmou que ainda está “avaliando” que posição tomará e que quis ouvir as propostas de Camilo.   2. SAÍDA À FRANCESA Além da candidata a vice-governadora Izolda Cela (Pros), o candidato ao senado na chapa de Camilo, Mauro Filho (Pros), também compareceu ao CIC. Ele, no entanto, saiu no meio do evento. O secretário estadual da Copa, Ferrúccio Feitosa, também esteve na plateia.