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Quinta, 21 Agosto 2014 06:43

Coluna Política

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  O ESVAZIAMENTO DO ESPORTE E A MANUTENÇÃO DA SECRETARIA DA COPA MESMO SEM COPAO que há de mais sintomático na manutenção da Secretaria Copa do Estado nos dois anos após o fim da Copa do Mundo é o esvaziamento a que foi submetida a Secretaria do Esporte (Sesporte) no segundo governo Cid Gomes (Pros). Na primeira administração, ela foi estratégica, comandada por um homem da estrita confiança do governador – Ferruccio Feitosa – e conduziu a candidatura e os preparativos para receber o Mundial. Após ser reeleito, Cid tirou da Sesporte aquilo que havia sido o filé mignon de suas atribuições e lhe dava mais visibilidade: justamente organizar a Copa. O papel passou a ser desempenhado pela Secretaria da Copa, que foi criada e para a qual Ferruccio foi transferido. A Sesporte, desde então, serve para acomodação política de aliados. Com a saída de Ferruccio, em 2011, foi indicado como secretário o deputado estadual Gony Arruda. Atualmente no PSD, na época ele estava no PSDB e sua nomeação foi uma forma de atrair o partido de volta para a administração, após o rompimento em junho de 2010. Quase um ano atrás, Gony fez parte da leva de secretários que Cid exonerou. O Esporte passou a abrigar o PCdoB, que havia perdido a pasta da Saúde. Enquanto isso, Ferruccio, à frente da organização da Copa, foi um dos secretários de Cid que entregou de forma mais plena aquilo que era seu papel. A Secretaria da Copa prosseguirá agora com o nome de Secretaria Especial dos Grandes Eventos Esportivos. Isso se os deputados conseguirem votar o projeto de alteração, que vem rendendo polêmica. Terá entre as atribuições acompanhar um monte de coisas que não são de sua responsabilidade direta: obras que deveriam ter sido entregues para a Copa e não foram, a maioria delas municipais ou federais; a gestão da Parceria Público Privada (PPP) com a concessionária do Castelão. Também tem como papel o relacionamento institucional e a promoção de parcerias visando as Olimpíadas de 2016. Como os jogos ocorrerão no Rio de Janeiro, não é propriamente uma grande tarefa. Nesse particular, seria tão relevante quanto uma secretaria da Copa num Estado que não sediou jogos da Copa. Outra tarefa é a promoção de cursos de qualificação. De modo que a grande missão da secretaria, a partir de agora, é a construção do Centro de Formação Olímpica (CFO), ao lado do Castelão. É uma obra só que justifica sua manutenção. O que se evidencia com a constatação de que acompanhar a gestão da PPP do Castelão, por exemplo, é tarefa que irá além de 2016, quando não haverá mais secretaria - salvo nova prorrogação. Outras atribuições se encerrarão antes, espera-se, caso das obras da Copa. O mais razoável seria, evidentemente, transferir esses papeis para a Secretaria do Esporte. Não é nada que a pasta não pudesse acumular, eventualmente com equipe maior. Mas aí seria criado um problema político. A Secretaria do Esporte, em todo o segundo mandato de Cid, foi absolutamente secundária. E o governador demonstra não ter intenção de passar funções tão importantes à pasta que passou por PSDB, PSD e, agora, PCdoB. É uma pena esse esvaziamento, porque a Sesporte é responsável pelo que há de mais importante no papel de um governo relacionado a essa área, que é a difusão da prática atlética de base, como forma de promoção de saúde e educação. Porém, essas atribuições foram tratadas, nos últimos quatro anos, de forma absolutamente secundária e marginal na administração.
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