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Coluna Macário Batista - QR Code Friendly
Quinta, 09 Outubro 2014 07:46

Coluna Macário Batista

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  • Gonzaga Mota, na primeira semana de Governo, desceu do carro e adentrou ao prédio do 5º BPM, onde hoje funciona o Choque. Foi um corre-corre. Soldado, cabo, sargento, capitão, tenente, coronel, corneta tocando o diabo. – O governador está aí. Pense no rebuliço. Totó pediu calma, que não era inspeção nem nada. Anunciou que estava ali pra almoçar. Empurraram o homem pro rancho dos oficiais, mas ele disse que queria comer a comida dos que ele sempre chamou “meus soldadinhos”. O rancho era um   horror. Gonzaga, bandejão à mão, deu uma beliscada e reclamou: Isso não é comida digna da Polícia. No dia seguinte tinha bife, ovo, arroz do bom, feijão sem gorgulho, tomate, alface e foi assim até o fim. Totó, reconhecido ao trabalho da PM que “morria” por ele, criou um negócio chamado escalonamento. Todo mundo, de recruta a coronel, tinha um plus no salário. Era um percentual que caía no fim do mês no soldo da caserna. Totó elegeu Tasso Jereissati contra os coronéis. A primeira coisa que o Lindo fez foi acabar com o tal escalonamento. Angariou a antipatia geral da corporação. Piorou quando teve um mal-estar com o presidente da Assembleia, Welington Landim, e acabou com a Companhia de Guarda do Legislativo e mais: provocou uma guerra civil, em praça pública, entre Polícia Militar e Polícia Civil. Uma coisa horrorosa onde até um coronel (Amilton Rocha) foi baleado. Mas o mundo dá voltas, e o brasileiro não tem memória. Polícia também não. Encordoada por um de seus parceiros, hoje na reserva, e raivosa porque o Governo prometeu uma coisa pra acabar com uma greve e de três etapas só cumpriu uma, a corporação foi levada a votar em Tasso senador. Faz lembrar o poema de Augusto dos Anjos:Toma um fósforo./ Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro,/ A mão que afaga é a mesma que apedreja. /Se a alguém causa inda pena a tua chaga,/ Apedreja essa mão vil que te afaga,/  Escarra nessa boca que te beija! É a vida que, como diz um velho colega meu de Banco do Brasil: A vida, meu amigo, é um galo pelado cheio de mondrongo.
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