Diaraqui que hoje é fake
É histórico. Diz que houve uma época em que vários personagens da história política do Ceará, no declínio, a cada dois anos, passavam um livro de ouro junto a sociedade, buscando recursos para “suas” próprias candidaturas. Eram candidaturas “diaraqui”, o que hoje o canelau chama de fake. De tão repetidas, virou uma prática quase juvenil de tomar algum de alguém pelos próximos dois anos. Sempre de olho no Legislativo, anunciavam as tais candidaturas de faz de conta. Com o financiamento público de campanha, diria o moleque cearense, morreu Maria Preá, o conto do vigário mais conhecido nos últimos anos cabeça-chata. Só que alguém teve a esperteza de reinventar a candidatura de faz de conta e aplicou o golpe usando essa tal de ridícula cota obrigatória de mulheres candidatas. Na verdade essa estória de cota é um troço ridículo em todas as instâncias. Não fazem escolas de qualidade para todos e inventam cotas para quem não tem acesso a uma que preste, como pretos e pobres. E paremos por aqui que tem cota demais a ser citada. Então, a novidade é; chama a Maria das Couves e candidata o nome dela a deputada estadual, por exemplo. Na véspera da eleição joga uma ruma de dinheiro no nome dela, faz ela repassar para uma gráfica que fica com uma ponta, inventa uma nota fiscal de tantos milhões de santinhos impressos e nos dá, a nós estrelas-guia do partido, a parte que nos toca nesse latifúndio financeiro que veio do financiamento público de campanha. Dinheiro oficial. Como a mentira tem pernas curtas, o cão atenta e o ferro entra. Alguém denuncia e o MP Eleitoral vai à caça. E acha. No Ceará acharam também. Vale um ingresso para uma cadeiazinha ou um vale transporte pra nunca mais ser candidato? Perguntar não ofende.