Seu pai, Paulo Batista dos Santos, foi mestre de capoeira, violeiro e estucador. Com a mãe, Amélia de Jesus dos Santos, parteira, aprendeu os cantos de trabalho, partido alto, ladainhas e jongos, assim como corimás e ponto de candomblé.
Quando tinha entre oito e 10 anos de idade, a família deixou a rua Carambita e foi para o bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, onde Clementina ganhou o apelido de Quelé. Aos 12 anos, desfilava no Bloco Moreninhas das Campinas. Três anos depois, já cantava no coro de uma das muitas igrejas do bairro de Oswaldo Cruz. Por essa época, frequentava as rodas de samba na casa de Dona Maria Nenê. Mais tarde foi para o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela.
Foi diretora da Unidos do Riachuelo e do Unidos de Engenho Velho. Em 1940, casada com Albino Pé Grande, foi morar no morro da Mangueira, onde passou a ser a Oradora Oficial da Ala da Velha Guarda e integrante da Ala das Baianas Velhas, que desfilava nas segundas-feiras de Carnaval.
Trabalhou muitos anos como empregada doméstica e somente aos 63 anos começou a carreira artística, lançada pelo letrista e produtor Hermínio Bello de Carvalho. Durante sua vida, recebeu várias homenagens, entre elas, a do então Secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro, em agosto de 1983.
Em 1985, recebeu do governo francês, por meio do ministro da Cultura, Jack Lang, a Comenda da Ordem das Artes e Letras, na presença de Jorge Amado, Caetano Veloso e Milton Nascimento.
Produzido por Fátima Abreu e Ronaldo César e apresentado por Narcélio Limaverde, Brasilidade vai ao ar aos domingos, às 18h, com reprise às terças-feiras, às 23h.
Da Redação