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Coluna Política - QR Code Friendly
Terça, 02 Fevereiro 2016 05:33

Coluna Política

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  O último sábado reforçou no PT a tendência a candidatura própria em Fortaleza. A conferência eleitoral não foi decisiva, mas uma reviravolta é cada vez mais difícil, ainda que não impossível. Sobretudo num partido como o PT, no qual quase tudo se decide no voto, as posições são construídas ao longo do tempo. Manter uma postura durante três anos e mudar na última hora pode até ser corriqueiro em partidos mais centralizados. No PT, é complicado. Mesmo o grupo Ferreira Gomes, quando estava no PSB, construiu gradualmente a posição de romper com o PT na Capital, em 2012. Antes, em 2006, a adesão petista a Cid Gomes foi precedida de anos de articulação conjunta na Assembleia Legislativa e no Governo Federal. Caso o PT não tenha candidato e, mais ainda, se apoiar a reeleição de Roberto Cláudio, será um cavalo de pau e tanto. Daqueles solavancos que sempre deixam traumas, ainda mais no momento de crise que o partido atravessa. Qual o potencial de um candidato do PT em Fortaleza, diante da atual situação de desgaste? Qualquer resposta é mera especulação, mas certamente será uma campanha dificílima. Brasil afora, a disputa do próximo ano se prenuncia a mais difícil em décadas. Mas, a entrada do PT na disputa tem potencial para realinhar a forma como a disputa será travada. A depender, claro, de quem será o candidato. COMO A CANDIDATURA DO PT MUDA A CAMPANHAA eventual candidatura petista à Prefeitura mexe com os planos do atual prefeito. Não apenas pelo aliado que deixa de ter, o reforço no tempo no horário eleitoral que não se concretiza e pelo adversário que ganha. Uma candidatura, sobretudo se for de Luizianne Lins, altera as estratégias. O prefeito se prepara para uma campanha tendo como principais oponentes Capitão Wagner (PR) e Heitor Férrer (PSB). São candidatos que falam a setores diferentes e o prefeito articula discursos para se contrapor a ambos. Se Luizianne entrar na disputa, a configuração se torna outra. Não importa como esteja nas pesquisas ou as chances de vitória que tenha, ela é capaz de incomodar o prefeito que a sucedeu. Certamente, dirá que muito do que Roberto Cláudio fez foi deixado por ela. Que deixou dinheiro para obras, licitações feitas. O prefeito dirá que não é bem assim. A discussão irá, então, se voltar para estágio em que estavam os projetos. É um debate enfadonho. Ela também apontará coisas que, no juízo dela, pioraram. Será uma comparação entre administrações. Roberto Cláudio acabará tendo de responder. Isso possivelmente deixará Wagner e Heitor mais livres. Por outro lado, caso consiga mostrar que fez mais que a antecessora, o contraponto em relação a uma prefeita que saiu desgastada pode até ser favorável a RC. A rejeição que Luizianne tinha nas pesquisas ao final do mandato pode jogar a favor dele. De um jeito ou de outro, a campanha se torna outra.
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