Aos 10 anos mudou para Belo Horizonte, onde construiu sua carreira. Na Capital mineira, estudou no Grupo Barão do Rio Branco, no Colégio Arnaldo e no Colégio Estadual Central.
Cliente assíduo da Biblioteca Pública Estadual, na Praça da Liberdade, Fernando Brant lia Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Fernando Pessoa, García Lorca, Guimarães Rosa e Graciliano Ramos.
Na Universidade Federal de Minas Gerais, estudou Direito, como o pai. Por essa época, conheceu Milton Nascimento e Márcio Borges. Anos depois, ingressaria no jornalismo – foi repórter da revista O Cruzeiro. Uma reportagem, aliás, inspirou a canção Ponta de Areia.
Em 1967, Milton Nascimento mostrou uma tristonha melodia a Brant. E pediu que ele fizesse a letra. Brant se recusou dizendo que não seria capaz. Milton Nascimento não desistiu e daí nasceu Travessia, influenciada também por Guimarães Rosa. A parceria não venceu o Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro, em 1967. Travessia ficou em segundo lugar, mas conquistou o Brasil e se tornou um clássico.
A ditadura imposta pelos militares em 1964 se acirrou com a edição do Ato Institucional nº 5, em 1968. Um dos alvos da censura era a MPB e seus jovens artistas.
A casa da família Brant, no Bairro Funcionários, virou uma espécie de “trincheira” de compositores e músicos, assim como o lar dos Borges, em Santa Tereza. Milton se hospedava lá, assim como o letrista e produtor fluminense Ronaldo Bastos.
No fim dos anos 1960, Belo Horizonte viu nascer o movimento musical que marcou a cultura brasileira: o Clube da Esquina. Milton, Fernando, Ronaldo, Márcio e Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta e Wagner Tiso, que souberam mesclar samba, toada, cantochão, jazz e rock.
Produzido por Fátima Abreu e Ronaldo César e apresentado por Narcélio Limaverde, Brasilidade vai ao ar, a partir das 18h, com reprise nas terças, às 23h.
Da Redação