Um homem e cinco mulheres, sendo três menores, foram detidos, ontem, no bairro do Henrique Jorge e encaminhados à sede da Polícia Federal em Fortaleza, com materiais contra o candidato Eunício Oliveira (PMDB), que concorre ao Governo do Estado. Apreendidos, estão jornais e DVD’s com informações negativas contra a imagem do peemedebista. As peças são assinadas pelo radialista Carlos Silva.
Em publicação apreendida, o texto destaca que “os jornais chamam atenção para o vídeo: ‘O segredo de Eunício’”, onde o exemplar aponta ter sido a peça mais visualizada durante as eleições no primeiro turno, com mais 37 mil visualizações. O conteúdo questiona o “rápido” crescimento do patrimônio do peemedebista nos 16 anos de mandato, enquanto em sua terra natal, no distrito de Iborepi, no município de Lavras da Mangabeira, falta até água, problemática que o peemedebista teria prometido resolver, segundo os moradores da região afirmam na peça de propaganda. Os DVD’s apreendidos, intitulados: “O outro lado de Eunício”, seguem a mesma linha de conteúdo.
De acordo com o advogado Fábio Neves, da Coligação Ceará de Todos, de Eunício Oliveira, policiais militares que faziam a ronda no bairro Henrique Jorge viram o material que consideraram como “criminoso”, de “caráter difamatório” e apreenderam em flagrante as pessoas supostamente envolvidas e que estavam distribuindo os materiais na região.
Segundo o representante da coligação, as seis pessoas foram ouvidas na Polícia Federal e liberadas em seguida. “No anal, tem o nome de Carlos Silva. E esse material, vale destacar, nunca havia sido veiculado antes”, ressaltou ao jornal O Estado o advogado do peemedebista. De acordo com Neves, o advogado do radialista, Kleber Arrais, defendeu que o material era apenas de cunho jornalístico e que sempre era veiculado em época de campanha.
Fábio Neves, afirmou ainda que o jornal apreendido não contém nem sede e nem CNPJ. O advogado disse também que a delegada Ana Cláudia Braga, não viu difamação por parte das pessoas que estavam distribuindo os materiais, contudo irá encaminhar ao procurador regional, Rômulo Conrado, para que este avalie sobre a possibilidade de abertura de inquérito policial.
“A coligação vê com muita tristeza. Enquanto se deveria ter feito vídeos e jornais discutindo ideias e propostas dos candidatos, fazem peças para derrubar o candidato adversário. A ética foi para o ralo”, enfatiza o advogado da campanha de Eunício.
À reportagem, Kleber Arrais afirmou que o material está dentro da legalidade. Ele assegurou, ainda, que as peças apreendidas não têm nenhuma ligação partidária. “É uma matéria de cunho político, não há nenhum financiamento e muito menos ligação partidária. Eu e meu cliente estamos tranquilos, tenho certeza que isso não irá dar em nada”, enfatizou Kleber.
O jornal O Estado também entrou em contato com a assessoria do candidato Camilo Santana (PT), que não quis comentar o ocorrido.
A assessoria da coligação Para o Ceará Seguir Mudando informou não haver conhecimento do fato e reverberou apenas que, ontem, a Polícia Federal visitou os comitês centrais dos dois candidatos e que nada foi encontrado no comitê do petista.
FAIXAS DIFAMATÓRIAS
Na manhã da última terça-feira (21), foi possível ver, nas principais avenidas e corredores de trânsito de Fortaleza, faixas com mensagens negativas contra o candidato petista Camilo Santana. Ao longo da Avenida Washington Soares, pelo menos duas faixas foram afixadas nas passarelas. Enquanto uma reverberava: “Vai querer continuar sofrendo com a violência? #CamiloNão”, outra afirmava que o petista respondia a processos por desvio de verba pública.
O autor do conteúdo não foi identificado e, no final da manhã, as faixas já haviam sido retiradas. De acordo com coordenadores de campanha do petista, pelo menos mais 20 foram fixadas em outros bairros da Capital.
direito de resposta
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE/CE) concedeu, ontem, 1min e 15s de direito de resposta a Camilo Santana (PT) e proibiu a veiculação de inserções na televisão do candidato adversário, Eunício Oliveira (PMDB), por considerar informações ofensivas e difamatórias contra Camilo.
De acordo com a decisão, as inserções tratam de fatos “sabidamente inverídicos e ofensivos” à honra e à imagem de Camilo, o que motivou o deferimento do pedido de direito de resposta e a proibição da veiculação das inserções do candidato do PMDB.