O deputado estadual Mauro Filho (PROS), candidato ao Senado derrotado nas eleições deste ano, reclamou do uso de institutos de pesquisa durante o período eleitoral e afirmou que este tipo de amostragem precisa ser avaliado de uma forma melhor pela população brasileira. Em entrevista coletiva, ontem à tarde, o parlamentar desejou sucesso ao candidato eleito, Tasso Jereissati (PSDB), na representação do Estado no Senado Federal, mesmo admitindo que os dois têm projetos políticos distintos. Mauro Filho agradeceu aos mais de um milhão de votos que obteve e disse que essas pessoas compreenderam a necessidade de continuar o que foi realizado pelo Governo Cid Gomes nos últimos sete anos. "Coube a mim procurar manter esses avanços e fazer outros, como a carreira de Estado para médico, os programas para juventude, no que diz respeito à capacitação dos jovens e à política de redução de impostos", declarou. Para Mauro Filho, está na hora de o Brasil ter um senador para discutir questões como a redução da carga tributária e geração de mais emprego formal, além da distribuição de remédios. Ele criticou os institutos de pesquisa que o colocavam até em 21% das intenções de votos, enquanto os resultados demonstraram que ele recebeu quase 40% dos votos do eleitorado. "Isso precisa ser avaliado pela população brasileira. Nossas convicções não devem ser tomadas pelas pesquisas eleitorais, mas sobretudo por aquilo que é melhor para o Brasil. Isso desestimula a militância e preocupa os apoiadores. As discrepâncias eleitorais sempre acontecem, mas ter uma diferença de 21% para 40% é um dado que precisa melhor ser avaliado", apontou. Camilo Por enquanto, Mauro Filho disse que vai se dedicar à candidatura de Camilo Santana (PT) no segundo turno para o Governo do Estado e ressaltou que o petista é quem está melhor preparado para a disputa. O parlamentar não quis informar quais seriam suas pretensões para os próximos anos, mas destacou que é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e não tem nenhuma angústia caso não seja agregado aos quadros do Executivo, caso Camilo seja eleito. "Sou profissionalmente muito bem resolvido", afirmou. Sobre possibilidades de ser acolhido em uma Secretaria ou até mesmo em Ministério, ele externou que a decisão cabe ao Executivo e defendeu que as decisões devem ser baseadas no caráter técnico de cada função. Reeleger Pela primeira vez em décadas, a família Benevides não elegeu nenhum membro para os quadros da política, pois o pai de Mauro Filho, o deputado federal Mauro Benevides (PMDB), também não conseguiu se reeleger. Mauro Filho, no entanto, não quis se prolongar no assunto e disse apenas que há possibilidade de o pai vir a ser deputado federal, já que é o primeiro suplente da coligação formada por cinco partidos que apoiam oficialmente Eunício Oliveira. "A partir de janeiro, como ele é o primeiro suplente, ele pode estar presente lá. Meu pai é um homem honrado, ele é deputado federal e tem toda uma história", ressaltou. O candidato derrotado declarou ainda que não houve uso da máquina pública na campanha eleitoral, mesmo o seu partido detendo a chefia do Governo do Estado, a presidência da Assembleia Legislativa e boa parte das prefeituras do Ceará, inclusive a da Capital. Ainda de acordo com Mauro Filho, houve uso de "milícias" por parte da candidatura de Eunício Oliveira que coagiu os eleitores durante o voto. O deputado afirmou que pedirá investigações sobre o caso. Acerca da vitória de Tasso Jereissati nas urnas, Mauro Filho reconheceu a vitória do adversário e desejou "sucesso" ao tucano. "Ele venceu a eleição, eu perdi e não tive voto suficiente. Desejo a ele sucesso em representar o Ceará no Senado", concluiu.