O deputado João Jaime (DEM) está articulando, junto a outros parlamentares, a formação de um novo bloco de oposição na Assembleia Legislativa. O parlamentar informou que já conversou com alguns deputados sobre o tema e que, possivelmente, na próxima semana será realizada uma reunião para dar andamento a composição do grupo. De acordo com João Jaime, a ideia é que os atuais opositores de Cid Gomes (Pros) também façam parte do bloco, mas as legendas, como o PSB e o PR, ainda não se manifestaram. O objetivo de João Jaime, que faz parte do partido aliado do governador Cid Gomes, é reunir os parlamentares em torno de algo comum, pois, segundo ele, a atual bancada de oposição está difusa. “Deixemos essa nossa atuação difusa e nos unamos em um bloquinho para que a gente discuta os assuntos de interesse do Estado”, disse o deputado. Ele afirmou também que, mesmo que possuam pretensões eleitorais diferentes, os deputados que pretendem formar o grupo tem em comum o desacordo com a forma como o Governo atua. Questionado sobre as reais pretensões práticas do grupo, João Jaime tratou de explicar que a insatisfação é diferente dos partidos governistas em nível nacional, onde as legendas, sobretudo o PMDB, cobra o cumprimento de compromissos, as liberações de emendas parlamentares e a exclusão das siglas aliadas de decisões políticas. Segundo alegou, o grupo na Assembleia do Ceará pretende discutir assuntos de “relevância para a sociedade”, além de cobrar o funcionamento das comissões permanentes e o andamento das mensagens do Governo na Casa. VOZ ALTIVA De acordo com o deputado Ely Aguiar (PSDC), a formação do bloco é interessante, apesar de considerá-la tardia. O parlamentar disse que irá analisar a proposta já que possui uma postura “independente”. “Para que pelo menos esta Casa tenha voz altiva em defender aquilo que é mais importante para o Estado. O deputado João Jaime já deveria ter proposto antes isso. Esta Casa simplesmente homologa o que o Governo manda”, disse Ely Aguiar, acrescentando que é preciso valorizar o trabalho e as iniciativas dos parlamentares. O deputado ainda ressaltou que é frequente a reclamação de que as propostas de autoria e de interesse os deputados não são votados e que os projetos aprovados na AL, como forma de indicação, sequer são apreciados pelos secretários de Estado.