O deputado Augustinho Moreira (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da AL, não ficou com nenhuma das alternativas, argumentando que as estatísticas dos órgãos podem errar, sobretudo em virtude das agressões ambientais. “Hoje, pouca gente cuida do meio ambiente, o que acaba ocasionando mudanças no clima e tornando difícil uma previsão”, destacou.
O deputado Hermínio Resende (Pros), presidente da Comissão de Agropecuária, afirmou que, como médico, acredita em dados reais, o que o levaria a ficar com o prognóstico dos órgãos oficiais, tendo em vista os radares meteorológicos de última geração. “Hoje, acredito que o inverno vai ser, infelizmente, abaixo da média, mas peço a Deus que essas informações sejam erradas”, disse.
A deputada Fernanda Pessoa (PR) disse que acredita nas previsões dos profetas da chuva. “Temos muita fé que o período chuvoso minimize o sofrimento dos nossos sertanejos”. No entanto, ela defende a ingerência de ações governamentais eficientes “que permitam aos sertanejos conviverem com o semiárido cearense."
Já o professor de Agrometeorologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) Thales Vinícius de Araújo preferiu balizar sua opinião com base nas informações técnicas. “Nada é mais importante que um posicionamento técnico. As experiências de vida dos profetas são muito significativas, mas as previsões são empíricas e, por isso, apesar de respeitá-las, vejo-as com ressalva. Ou seja, prefiro a previsão técnica”, justificou.
Quanto à estação chuvosa, disse que, infelizmente, pelo terceiro ano seguido, as condições de temperatura do Oceano Atlântico próximo à “nossa costa estão desfavoráveis (estão mais frias do que em parte do hemisfério Norte), o que dificulta as descidas e permanências da Zona de Convergência Intertropical sobre o Ceará”. Segundo ele, esse é o principal sistema de chuvas para o Estado e, normalmente, permanece próximo ao “Equador Térmico” (faixa do Oceano Atlântico onde o mar está mais aquecido do que o habitual).
“Agora, as temperaturas do Atlântico alteram-se ao longo do tempo, e, se ocorrer um aquecimento da nossa costa nos próximos meses, poderemos ter uma melhoria na previsão para o final da estação chuvosa”.
LS/LF