De acordo com o parlamentar, o objetivo da audiência foi apresentar a legislação à sociedade e estudar emendas para aperfeiçoá-la. “Estamos buscando aqui o equilíbrio entre a lei e o cotidiano dos presídios e hospitais”, explicou o deputado.
Para a deputada Dr. Silvana (PMDB), a iniciativa de Ronaldo é “louvável”, pois a visita de padres e pastores em unidades prisionais regulamente pode ser um caminho para a transformação de quem está encarcerado e não tem nenhuma perspectiva. “A palavra de Deus pode transformar vidas e essa lei veio mostrar que existem muitas pessoas que podem, sim, ser recuperadas”, afirmou.
Durante a audiência, o pastor da Assembleia de Deus Ministério Montese, Osires Teixeira, reconheceu a importância do cumprimento da nova lei. Segundo ele, a visita dos líderes religiosos deve ser frequente em unidades prisionais e hospitais, desde que eles apresentem algum documento que possa identificar seus templos ou igrejas.
“Temos que ter cuidado com a palavra que será pregada para essas pessoas. Também precisamos compreender que não adianta prender 50 pessoas por dia, se elas não forem recuperadas durante a estada nos presídios”, acrescentou o pastor.
Já para representante da pastoral carcerária da arquidiocese de Fortaleza, Celeste Aragão, é preciso uma fiscalização para que haja o cumprimento da lei, pois há muitas dificuldades e carência no sistema carcerário e hospitalar do Estado. “A lei é muito nova. Por isso, existe a importância de uma fiscalização para que ela seja cumprida em sua totalidade”, completou.
Entre as emendas propostas durante a audiência, o deputado Ronaldo Martins, que também é o autor da lei, propôs colocar o nome da lei de Eunísia Barroso, que também trabalhou na pastoral carcerária da arquidiocese de Fortaleza e foi uma grande defensora dos direitos humanos dos presidiários. “Essa será uma grande homenagem póstuma a essa grande lutadora”, finalizou.
Em homenagem a Eunísia Barroso, o escritor e ex-presidiário Francisco Siqueira escreveu um livro contando a vida da defensora dos direitos humanos na Capital. Francisco também parabenizou a iniciativa do deputado em olhar para aqueles que, para muitos, são pessoas à margem da sociedade. “Os governantes precisam entender que sai muito mais barato transformar as pessoas do que construir novos presídios”, frisou.
Também participaram da audiência a deputada Eliane Novais (PSB); o capelão do Hospital Geral de Fortaleza, Padre Legório Limberger; o vereador Gelson Ferraz; o pastor da Assembleia de Deus, Messias de Castro; a representante do hospital São Carlos, Thaís Rogério, e a diretora do Hospital Valdemar Alcântara, doutora Fernanda Colares.
MA/RT