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Prefeita se nega a falar sobre política e eleição - QR Code Friendly
Quarta, 14 Novembro 2012 04:28

Prefeita se nega a falar sobre política e eleição

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Luizianne Lins na coletiva de ontem à tarde. Ela frustrou a todos os jornalistas que queriam ouvi-la sobre o seu futuro político, a respeito de sua avaliação das eleições e em relação aos contatos que teve com os líderes do PT Luizianne Lins na coletiva de ontem à tarde. Ela frustrou a todos os jornalistas que queriam ouvi-la sobre o seu futuro político, a respeito de sua avaliação das eleições e em relação aos contatos que teve com os líderes do PT FOTO: LUCAS DE MENEZES
  O aviso foi dado logo que ela chegou ao auditório: só falaria com os jornalistas sobre o processo de transição A prefeita Luizianne Lins (PT) frustrou as expectativas de todos os jornalistas que foram participar da coletiva de imprensa, realizada ontem, no Paço Municipal, ao se negar falar sobre política, principalmente sobre o resultado da última eleição municipal em que seu candidato a prefeito, Elmano de Freitas, foi derrotado e dos contatos políticos que manteve em Brasília e em São Paulo, com lideranças nacionais do PT, reclamando do que sofreu dos antigos aliados no curso da campanha eleitoral. Assim, Luizianne não falou sobre o seu futuro político, nem tampouco se conseguiu ou não apoio dos líderes maiores do partido para confirmar o rompimento político com o governador Cid Gomes, homenageado pela presidente Dilma Rousseff, na mesma oportunidade em que ela buscava apoio das lideranças nacionais do PT. Logo ao chegar para a entrevista, a prefeita afirmou que só falaria sobre o processo de transição do Governo da Capital. "A minha intenção é falar sobre o processo de transição", avisou no início da coletiva. Essa foi a primeira vez que a chefe do Executivo municipal concedeu entrevista à imprensa depois da derrota do candidato Elmano de Freitas (PT). Disponibilizada Ela afirmou que está dentro do prazo para dar curso a transição e garantiu que anunciará a equipe completa responsável por esse processo nesta sexta-feira. "A partir de segunda-feira será disponibilizada, no mesmo local onde ocorreu a transição do Governo anterior, uma sala na secretaria de Administração do Município para fazer o desdobramento e a transição de fato que está em curso", garantiu, complementando que só não permitirá que nenhum documento da administração saia da Prefeitura, já que pertencem ao Município de Fortaleza. Chamando a comissão de transição já formada de "informal", Luizianne desautorizou seus auxiliares que deram declarações à imprensa como indicados por ela para discutir a transição. "A gente queria que houvesse uma interação do Governo que sai e o que entra. O Geraldo Accioly, como era uma peça chave por ser do núcleo de Governo, coordena projetos especiais e detém muitas informações, autorizei que ele já fizesse inicialmente todas as conversas e dúvidas". No entanto, a prefeita adiantou que Geraldo Accioly provavelmente não continuará na equipe, pois teria demonstrado interesse nesse sentido. Já Alfredo Pessoa, secretário municipal de Planejamento e Orçamento, deve coordenar o processo na Capital, assim como fez em 2004, quando Luizianne foi eleita. Ela ainda declarou estar demonstrando boa vontade em fazer uma transição tranquila, já que está disponibilizando seus "melhores quadros" para isso. Proclamação A prefeita distribuiu cópia para os jornalistas do comunicado da juíza Maria do Livramento Alves Magalhães, da 82ª Zona Eleitoral, que determina para hoje a proclamação do prefeito eleito Roberto Cláudio no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará. Dessa forma, conforme Luizianne, a atual gestão tem 15 dias após essa data para iniciar oficialmente a transição. "Já houve algumas conversas, mas nada que a legislação exija", justificou. Apesar de evitar referências diretas aos seus opositores políticos, aliados do governador Cid Gomes, Luizianne Lins fez discretas ressalvas em relação à coligação vitoriosa em Fortaleza. "O povo não tem nada a ver com a má educação de uns, que xingam aqui, outros que xingam acolá, o que o povo quer saber é se a cidade passará por um processo de transição democrática", disparou. Para a atual prefeita, representantes da atual e futura gestão não devem protagonizar conflitos nesse momento. "Espero que o candidato que vai ser proclamado eleito amanhã (hoje) respeite o processo de transição e do governo que está em exercício", disse. Questionada sobre o saldo do "caixa" que deixa para o próximo prefeito, a atual gestora respondeu que esse levantamento ainda está sendo realizado, mas, até o final da transição, os valores serão divulgados. Segundo explica, está sendo elaborado o balancete sobre as contas do último quadriênio. A apenas um mês e meio do término de seu mandato, a prefeita Luizianne Lins assegurou que ainda fará a inauguração de "dezenas de obras" em Fortaleza. Ela citou o Vila do Mar, Praia de Iracema, dois Cucas, Estoril, Instituto Cultural de Iracema, Pavilhão Atlântico e ponte do José Walter. "Continuo normalmente o governo", disse. Réveillon Já no que se refere à festa de Réveillon da Capital, Luizianne Lins deixou claro que o processo licitatório já foi iniciado "normalmente" e deverá ser finalizado em 30 dias. Entretanto, ponderou que só realizará o evento após avaliações jurídicas, para garantir que não sofrerá represálias após o término do mandato. "Quem vai pagar as despesas relativas à festa é o próximo prefeito, e todo mundo sabe que a maioria das pessoas que fez oposição, durante esses sete anos, está apoiando esse candidato que foi juridicamente eleito", destacou. Luizianne ainda explicou que não sabe se terá o reforço da Polícia Militar no evento, já que o governador Cid Gomes não é mais seu aliado político. "Não posso querer um problema no meu último dia de governo se não tiver todas as seguranças jurídicas e políticas para fazer", pontuou. Indagada se o foco no processo de transição significaria deixar de lado as supostas provas de compra de voto que teria ocorrido pela coligação de Roberto Cláudio, a prefeita não entrou em detalhes sobre o assunto, justificando que esse papel cabe ao próprio candidato derrotado, Elmano de Freitas. "Não quero misturar minha posição de prefeita. Estou na posição de fazer a transição institucional". Apesar disso, ela disse que aproximadamente 100 mil pessoas de outros municípios vieram a Fortaleza no dia da votação do segundo turno. SAIBA MAIS InformaçõesA Lei municipal 9464 obriga o prefeito a prestar informações sobre a administração municipal ao novo gestor, devendo o processo de transição ser iniciado logo após o resultado do pleito. EstudosIndependentemente de autorização do gestor, secretários e outros representantes do governo, segundo determina a lei, devem conceder ao prefeito eleito informações relevantes sobre a gestão municipal e suas atividades, incluindo estudos finalizados e dados estatísticos. EstruturaA equipe de transição nomeada pelo novo prefeito da cidade ainda poderá ter acesso a dados relacionados às contas públicas, programas e projetos, além da relação dos ocupantes de cargos, empregos e funções públicas. O governo em exercício deve ainda garantir a infraestrutura necessária para que o trabalho da equipe de transição atinja o seu objetivo.
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