A disputa neste segundo turno em Fortaleza tem alimentado muitos pronunciamentos e discussões na Assembleia Legislativa. Se no primeiro turno os deputados fizeram um acordo de cavalheiros para não levar à tribuna da Casa temas ligados à eleição, nesta segunda fase o acordo parece ter sido rompido. Ontem, o deputado Mário Hélio (PMN) fez críticas à gestão do PT em Fortaleza e ao candidato do partido, o que gerou discussão com os petistas durante a sessão. Mário Hélio não concordou com as observações do deputado Antônio Carlos (PT), quando esse disse que o ex-presidente Lula foi o responsável pela construção do Brasil como uma grande nação. Para Mário Hélio, Lula apenas deu continuidade ao que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso iniciou, destacando que um dos grandes programas implantados no governo de Lula, o Bolsa Família, surgiu da união do Vale Gás e do Vale Escola, implantados por Fernando Henrique. "Agora somos ameaçados, se não votar no PT vamos perder o Bolsa Família. Isso é mentira", alegou. As críticas do deputado partiram do âmbito nacional para o local. Em Fortaleza, alega, o PT não fez nada de novo e a administração não vem atendendo aos anseios da população. Uma prova disso, destaca, é que vários partidos estão apoiando o candidato do PSB, Roberto Cláudio. O parlamentar disse ainda que o candidato Elmano de Freitas passou oito anos sendo secretário e nada fez, mas agora vem dizer que vai fazer. Ele criticou ainda a maneira de administrar do PT, afirmando que no Hospital da Mulher funcionam apenas três compartimentos com médicos convocados de outras unidades de saúde que já sofriam com a falta de profissionais. Rebaixado Na avaliação de Antônio Carlos, Mário Hélio fez um pronunciamento desqualificado e rebaixado, lembrando que o deputado já foi vice-líder do governo de Luizianne, na Câmara dos Vereadores. O petista salientou as ações que o seu partido implantou em Fortaleza nesses quase oito anos de gestão, citando o Vila do Mar e os Centros Urbanos de Cultura Artes, Ciências e Esporte (Cucas). Sobre o Hospital da Mulher, o petista alegou que existem dificuldades para se implantar uma unidade de saúde desse porte, lembrando que a Policlínica de Maracanaú, projeto do Governo do Estado, está há quase dois anos sem funcionar. O deputado Dedé Teixeira (PT) lamentou as colocações do deputado Mário Hélio, argumentando que o debate deva ser feito "com justeza". Para a deputada Rachel Marques (PT), Mário Hélio fez da tribuna da Assembleia um "palanque eleitoral". "O que denota o desespero e a preocupação", considerou.