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Wagner promete abraços em vez de ataques - QR Code Friendly
Segunda, 03 Outubro 2016 06:01

Wagner promete abraços em vez de ataques

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Na festa de comemoração por ida ao segundo turno, Capitão Wagner (PR) já antecipou discurso que deve ser adotado na nova fase da campanha. No comitê lotado, rodeado de apoiadores e familiares, ele prometeu que adversários não vão encontrar nele um candidato autoritário e arrogante e pediu a eleitores para reagirem a ataques com “abraços” e “beijos”.      “Essa campanha do preconceito vai se intensificar no segundo turno. Quando encontrar um grupo de amarelinhos, dê um abraço, dê um beijo e diga que nós vamos ganhar”, disse Wagner.      Na fala, fez referência aos Ferreira Gomes, grupo aliado de Roberto Cláudio (PDT), que, segundo ele, devem vir engrossar a campanha do seu adversário após fim da eleição dos municípios do Interior.      Apontado como o mais autoritário dos concorrentes em pesquisa O POVO/Datafolha publicada no dia 25 de setembro, Wagner disse que “quem acha que vai encontrar um candidato autoritário e arrogante”, não vai encontrar nele. “Vai encontrar um candidato popular, um candidato do povo.”  FOTOS EVILÁZIO BEZERRA  Candidato acompanha votação da esposa e comemora em comitê central   No início da sua fala, ensaiou choro, mas segurou emoção e agradeceu apoio de amigos e de aliados e de Deus.      “A cada rosto que eu vejo aqui, uma lágrima vem no meu rosto e eu seguro”, disse. Wagner falou diversas vezes sobre Deus e afirmou que sua candidatura está sendo abençoada.      “Só pode ser Deus que sopra no meu ouvido”, falou sobre estimativas feitas por ele sobre número de vereadores da coligação que foram eleitos e o de votos conseguidos. A comemoração foi encerrada com um “Pai nosso”, rezado por toda a plateia  de mãos dadas.      Ao chegar ao comitê por volta das 21 horas, Wagner foi recebido com palmas e muitas fotos. Vestidos com camisa com símbolo do Capitão América, personagem dos quadrinhos, os eleitores cantavam o jingle da campanha do nome do PR, que demorou alguns minutos até chegar ao palco, acompanhado do candidato a vice, Gaudêncio  Lucena (PMDB).      No discurso, ele agradeceu apoio de partidos aliados. Pouco presentes na primeira fase da campanha, a tendência é que os senadores Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB) apareçam a partir de agora, embora isso deva passar por uma “decisão política”, explicou Wagner.     “Vão (Tasso e Eunício) atuar na área em que eles conseguem mais votos, cada um dentro do seu nicho”, avaliou. Segundo ele, apoios do interior do Estado também vão fortalecer campanha nesta  segunda etapa.      A ida ao segundo turno foi comemorada como conquista “do povo de Fortaleza” e a vitória, dada como certa. “Não tenho dúvida de que dia 30 de outubro, Fortaleza vai ser devolvida ao povo”, disse.        “Disseram que o ‘Capitão Dindim iria perder. Pois está aí o ‘Capitão Dindim’, com mais de 400 mil votos.” Ao todo, Wagner conseguiu 400.802 votos.     Em sua fala, a promessa era que o muro entre a cidade dos ricos e dos pobres seria derrubado. Até Gaudêncio Lucena se referiu à divisão da Capital e disse que a gestão de Wagner vai priorizar “o povo mais carente”. Além do peemedebista, o deputado federal Cabo Sabino (PR) participou do momento. O deputado Vitor Valim (PMDB) também passou pelo comitê no início da noite, mas foi logo embora.    Clima na Capital  A votação de Wagner ontem pela manhã foi acompanhada pela mulher e os filhos. Ele votou no Colégio Lima Nogueira, no bairro João XXIII, protagonista dos seus programas eleitorais no início da campanha. O candidato do PR também acompanhou Gaudêncio Lucena e seus familiares.      Wagner acusou advogados de adversários de impedir votação de seus eleitores por utilizarem blusa do Capitão América. Durante o dia, ele fez transmissão online na sua página do Facebook esclarecendo que a informação era mentirosa e “desespero” dos concorrentes. (colaborou Thaís Brito)       “Essa campanha do preconceito vai se intensificar. Quando encontrar um grupo de amarelinhos, dê um abraço, dê um beijo e diga que nós vamos ganhar”     “Quem acha que vai encontrar um candidato autoritário e arrogante, não vai encontrar aqui. Vai encontrar um candidato popular”     “Cada rosto que eu vejo aqui, uma lágrima vem no meu olho e eu seguro. É Deus que vem abençoando a nossa candidatura”         ALTOS     A tendência é que Wagner consiga angariar mais apoios entre os derrotados. Isso porque o discurso da maioria atacava gestão de Roberto Cláudio.    Na pesquisa O POVO/ Datafolha divulgada no dia 10 de setembro, Wagner venceria RC no 2° turno.         BAIXOS     Propostas com foco no combate à violência dividem eleitores e fornecem discurso de ataque de adversários.   Rejeição de Wagner foi crescendo ao longo das pesquisas, terminando tecnicamente empatada com a de RC na última, com 21%.        PONTO DE VISTA     Associado a um discurso autoritário conforme levantamento de pesquisa O POVO/Datafolha, Capitão Wagner (PR) começou ontem uma metamorfose em sua estratégia para o segundo turno das eleições em Fortaleza.      De imediato, rechaçou viés de força em sua candidatura, mostrando-se como um postulante do diálogo, da paz e do abraço. Em segundo lugar, tratou de rebater o que deve se tornar o principal trunfo de Roberto Cláudio (PDT) nesta etapa da disputa pela Prefeitura da Capital: a crítica ao discurso do medo. Para Wagner, cuja rejeição aumentou oito pontos percentuais na última sondagem feita pelo instituto, indo de 13% para 21%, é urgente suavizar sua imagem junto a um segmento do eleitorado. Para tanto, o nome do PR já deu a senha do caminho a seguir: falará sobre propostas que ganharam menos holofotes durante os 45 dias de horário eleitoral e debates televisivos, de modo a tentar fazer sair de cena a controversa sugestão de armar a Guarda Municipal.      É improvável que desista da ideia, porém. Atenuado esse vetor de antipatia, o candidato terá de partir para outra frente de batalha, esta ainda mais decisiva: a composição de apoios a partir de agora. Terá Luizianne Lins (PT) a seu lado? A ex-prefeita da capital cearense, elogiada por Wagner nos últimos debates, terminou sua participação com 15,08% dos votos válidos, um contingente suficiente para desequilibrar a balança a favor do militar.      E Heitor Férrer (7,04% dos votos)? Considerando-se que o hoje socialista foi preterido pelo PDT em favor dos Ferreira Gomes, é remota a possibilidade de que declare voto em RC. Heitor ficará em cima do muro? Os próximos dias responderão.        Henrique Araújo, editor-adjunto de Conjuntura 
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