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Coluna Fábio Campos - QR Code Friendly
Quinta, 25 Setembro 2014 06:46

Coluna Fábio Campos

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  Um ponto em especial detectado pela mais recente pesquisa O POVO/Datafolha pode ser uma das melhores explicações para o crescimento ainda insuficiente da candidatura de Camilo Santana (PT). A saber: em plena campanha eleitoral, a avaliação positiva e a nota da gestão de Cid Gomes oscilaram para baixo. Entre os dias 13 de agosto e 18 de setembro, o índice de “ótimo” e “bom” do governador caiu três pontos percentuais. Saiu de 46% para 43%. No mesmo espaço de tempo, a nota média geral da gestão foi de 6,6 para 6,4. Atentem que essa oscilação negativa se deu exatamente no período de vigência da propaganda eleitoral. É clássico em campanhas eleitorais: os governos sempre conseguem melhorar a avaliação de suas gestões usando do horário gratuito de rádio e televisão para expor os feitos das gestões. Na mesma proporção, a candidatura ligada ao Governo costuma acompanhar esse crescimento. Sem que ocorram melhoras da avaliação do Governo, as candidaturas majoritárias da aliança PT-Pros passam por dificuldades de superar o concorrente. A campanha de Eunício parece ter percebido esse detalhe. Tanto que, nos últimos dias, o alvo principal de seus ataques é a gestão de Cid. Ao escolher um candidato do PT, o grupo político do governador buscou garantir o apoio ostensivo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. A ideia era colar a candidatura a dois campeões de voto no Ceará. Até aqui, nem um e nem outro compareceram ao Ceará ou gravaram anúncios de apoio ao candidato do PT. Por ironia do destino, Lula aparece em depoimento na TV pedindo votos para Luizianne Lins (PT), arqui-inimiga dos Ferreira Gomes. Capital e Interior afora, a imagem (em fala, cartazes e adesivos) da presidente Dilma e de Lula vem sendo abertamente usada por Eunício. Ontem, no programa de rádio do candidato do PMDB, uma fala do ex- presidente, que não é recente, tecia loas ao seu ex-ministro das comunicações. Sendo assim, o capital político dos dois grandes cabos eleitorais do PT está sendo claramente dividido por Camilo e Eunício. O fato reforça a tese: para virar o jogo e vencer a eleição é determinante o crescimento da avaliação positiva do governador. VERGONHA ALHEIAO discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, jogou no lixo a melhor tradição diplomática brasileira. Em vez da liturgia presidencial, a fala foi de candidata. Dilma aparelhou a tribuna da ONU para fazer campanha política. O discurso foi quase que inteiramente dedicado a tecer loas de sua gestão à frente dos destinos administrativos do Brasil. Qual é a ideia? Ora, usar trechos do discurso no horário eleitoral de rádio e televisão. Ou seja, o tradicional papel do Brasil na abertura da Assembleia da ONU foi dedicado ao marketing político. No dia anterior, a presidente já tinha cometido um desastre. Ao condenar os ataques militares ocidentais (com o apoio de vários países árabes) desferidos contra os terroristas do tal Estado Islâmico, a presidente defendeu o “diálogo entre as partes” com “intermediação da ONU”. Trocando em miúdos, a nossa presidente sugere que democracias (uma das “partes”) se sentem para dialogar com assassinos (a outra “parte”) mascarados armados de metralhadoras e adagas que degolam jornalistas.
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