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Coluna Política - QR Code Friendly
Quarta, 24 Setembro 2014 07:01

Coluna Política

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  Pesquisas eleitorais como conhecemos hoje, com grau razoável de precisão e consistentes metodologicamente, são fenômeno que o Brasil conheceu com a redemocratização, a partir de meados dos anos 1980. Desde então, nenhuma eleição para governador do Ceará chegou tão acirrada tão perto da votação. Nas oito últimas eleições, de Gonzaga Mota para cá, sempre no mês anterior ao primeiro turno já se vislumbrava o franco favoritismo de quem acabaria eleito. Mesmo Tasso Jereissati, em 1986, que largou bem atrás, já tinha 53% um mês antes da eleição, contra 28% de Adauto Bezerra, segundo o Ibope. Em 2002, Lúcio Alcântara teve de passar por um imprevisto segundo turno, mas sempre liderou com bastante folga um primeiro turno em que os adversários ficaram bastante pulverizados. Com o segundo turno, deu-se o inesperado acirramento. Ou seja, o atual momento político do Ceará é diferente. Afora o segundo turno de 2002, com todas as suas particularidades, só guarda paralelo com algumas das disputadíssimas eleições do período entre as ditaduras de Getúlio Vargas e a militar. O eleitor, então, está pouco habituado a esse nível de competitividade no nível estadual. Muito menos os líderes políticos locais. Prefeitos e parlamentares, como regra, dependem do apoio do governador, seja ele qual for. Assim, tratam de rapidamente debandar em direção à expectativa de poder. Quando Eunício Oliveira (PMDB) liderava, muitos aderiram. Diante do avanço de Camilo Santana (PT), vários fizeram o rumo inverso. Sem uma tendência clara neste momento, há gente entre um pé e outro, sem saber que rumo tomar. VIRADA SERIA INÉDITATambém neste mesmo período, todos os candidatos a governador que estavam na liderança das pesquisas a essa altura da campanha acabaram eleitos no Ceará. Isso, evidentemente, não quer dizer que o futuro será como o passado e as coisas se repetirão indefinidamente. Um dia haverá de se ver uma virada. Talvez no mês que vem mesmo. Até 2012, nunca tinha havido caso em Fortaleza de dois candidatos saírem de baixo, com percentuais ínfimos, e chegarem até o topo. Com um já havia ocorrido, mas nunca dois. Mas a eleição municipal passada mudou isso. De qualquer forma, o ineditismo dessa possibilidade serve para perceber o quão inusitada e inesperada é tal hipótese, diante do histórico político. CAMILO ESTÁ NO PATAMAR EM QUE CID LARGOU NA 1ª CAMPANHAOs 34% de Camilo Santana na pesquisa O POVO/Datafolha são percentual quase idêntico ao que Cid Gomes tinha no primeiro Datafolha quando concorreu ao governo pela primeira vez, em 2006. A pesquisa em questão foi realizada no começo de agosto daquele ano. Cid aparecia com 35%, um ponto percentual a mais do que Camilo tem, com um mês e meio de campanha a mais. Por volta dessa época, Cid tinha 56% das intenções de voto. TASSO 2014 EM MOVIMENTO OPOSTO AO DO TASSO 2010A derrota de Tasso Jereissati (PSDB) em 2010 parecia improvável, até que ocorreu, contrariando os prognósticos. Uma vez quebrado o cristal, fica a desconfiança de que possa haver outra surpresa. Mas o comportamento das intenções de voto do candidato são bastante diferentes dos de quatro anos atrás. Em 2010, o tucano começou com 35 pontos percentuais de vantagem sobre os dois perseguidores mais próximos (que estavam empatados) em meados de julho. Na segunda quinzena de setembro, a diferença já havia caído para três pontos em relação ao segundo e para oito em relação ao terceiro. Agora, a diferença era dos mesmos 35 pontos no começo de agosto, foi para 34 no começo de setembro e está agora em 39 pontos em relação a Mauro Filho (Pros). Não custa lembrar que pesquisas para o Senado são as mais suscetíveis a surpresa. Muitas vezes, é o último voto que o eleitor define. Por isso, é a intenção de voto que os institutos têm mais dificuldade em captar. Mesmo com toda ponderação, a derrota de Tasso hoje se apresenta bastante improvável. Não há nem ao menos trajetória sutil de queda, enquanto em 2010 ele caiu de forma contínua. Iniciar o movimento a essa altura para reverter desvantagem de mais do dobro das intenções de voto que o candidato possui é tarefa, a essa altura, improvável.
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