O parlamentar assinalou que, após a pandemia, haverá vários brasileiros com sequelas da Covid-19, como dificuldades respiratórias, perda de força muscular e cansaço frequente, além de depressão, atraso dos estudos e sentimento de perda pelos milhares de familiares que se foram. “Uma tragédia épica para uma geração marcada profundamente, que terá diante de si uma conta altíssima para pagar”, pontuou.
Para Romeu Aldigueri, o que traz “um pouco de ânimo” em meio à atual conjuntura é a consciência coletiva do povo cearense que compreende os desafios diários pelos quais passa o governador Camilo Santana e, inclusive, o apoia. “O que é raríssimo para um gestor dentro de um país cuja população desacredita de seus políticos, e mais raro ainda é ver que nessa postura existem dois esforços colossais: lutar contra um vírus mortal e contra o negacionismo do Governo Federal ao mesmo tempo”, observou.
O deputado também destacou a informação, divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, de que o Brasil é, atualmente, o segundo país do mundo com mais barreiras de entrada no exterior por conta do Coronavírus. “Isso é culpa dos governadores? Dos prefeitos? Ou é culpa do excelentíssimo senhor presidente que abre mão da representar a ciência para proteger narrativas incompreensíveis?”, questionou.
Aldigueri também apontou que o presidente Jair Bolsonaro atrapalhou o quanto pode a compra das vacinas; entregou o ministério mais importante no momento para um homem que admitiu sequer saber o que é o SUS; é incapaz de propor união nacional, mesmo que momentânea; vive de criar polêmicas desnecessárias para momento; dedica-se mais a facilitar o acesso às armas do que aos leitos de UTI e contesta a existência de um fato incontestável, que está mudando a ordem mundial, ressaltou.
“Tenho certeza, nenhum governante deseja dar a notícia que foi dada ontem. Mas é preciso conter a imensa demanda que chega ao sistema público e privado de saúde para evitar que a maioria dos brasileiros e fortalezenses morram não apenas de Covid, mas de falta de leitos para todas as questões que nos cercam: AVC, acidente de trânsito, violência urbana e muitos outros”, salientou.
Em aparte, o deputado Osmar Baquit (PDT) ressaltou a maturidade e responsabilidade dos cearenses de escolher homens públicos que pensam no povo, e não em partidos políticos. “Enquanto damos exemplos de trabalho, progresso e responsabilidade, recebemos do Governo Federal desprezo, zombaria, mortes e a negação de tudo que está existindo”, opinou.
O deputado Salmito (PDT) criticou a recente declaração do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que ele não é “máquina de fabricar soluções”, afirmando que o papel do poder público é o de resolver os problemas, e disse que as medidas do governador podem ser incompreendidas a curto prazo, mas, a médio prazo, a população as reconhecerá como ações responsáveis em favor da vida.
Já o deputado Lucílvio Girão (Progressistas) sugeriu como proposta para diminuir as aglomerações a proibição de venda e consumo de álcool em lojas de conveniência, supermercados, bares e restaurantes. “Se você vai a um restaurante e pede um vinho ou uma cerveja, se não tiver, você almoça e vai embora. Se tiver, você começa a conversar, a aglomerar e a trazer o maior contágio”, explicou.
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