O deputado criticou medidas sinalizadas pelo Governo Federal que “sugerem o fim da carreira pública” e tira da União a responsabilidade do financiamento da educação superior. Leu também manifesto do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) que repudia o possível projeto que possibilita a contratação dos servidores públicos de forma seletiva, e não mais por concurso.
O parlamentar solidarizou-se com os professores e lembrou que sem o esforço deles e a existência da universidade pública não teria se graduado. “Sou filho de agricultor e não teria formação se não fosse o ensino público superior. Eu não posso concordar com isso, pois atingirá famílias como a minha”, afirmou.
Acrísio Sena observou ainda que 2/3 dos alunos das universidades públicas possuem de renda familiar de até dois salários mínimos, diferente do que alegam sobre “faculdade pública ser para os ricos”.
O deputado destacou também pesquisa da professora Glória Diógenes que reforça a educação como saída para a violência e criminalização. Segundo os dados, apenas 15% dos jovens brasileiros estão na sala de aula, percentual menor que outros países da América Latina, como Chile e Argentina. “Esse estudo recomenda o que todos almejamos: mais políticas públicas de enfrentamento às drogas, violência, a criação de empregos e mais qualificação”, pontuou.
O parlamentar ressaltou ainda a importância dos investimentos em qualificação de jovens, como centro de formação olímpica, cursos profissionalizantes, incentivo ao empreendedorismo e apoio no retorno dos estudos. “Só em 2018, mais de 66 mil jovens voltaram a estudar por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Essas pessoas buscam melhorar de vida. Muitos interromperam seus estudos devido ao meio em que vivem. Não é uma opção”, observou.
O deputado Queiroz Filho (PDT), presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, em aparte, destacou a importância de fornecer o devido apoio aos jovens que deixaram de estudar involuntariamente. “Essa atenção é imprescindível, pois o mundo do crime está à espreita para recebê-los”, alertou.
GS/LF