O parlamentar afirmou que, quando o presidente João Goulart, conhecido como Jango, foi deposto pelo golpe militar, a agenda política do País era de reforma de base, entre elas, a agrária, a educacional, a fiscal e a bancária, dentre as quais estavam, segundo ele, a proibição de remessas de lucros das transacionais para as matrizes, que eram sobretudo norte-americanas, e maior controle sobre o fisco para ampliar a arrecadação.
De acordo com o deputado, o golpe interrompeu um movimento nacional desenvolvimentista, que estava, naquele momento, liderado por Jango. “Chega a ser delirante achar que havia possibilidade de ruptura de 1961 a 1964. Essa tese foi impulsionada pelos norte-americanos”, concluiu. Havia, à época, uma tentativa de manter os interesses das transacionais norte-americanas.
“O Brasil estava numa rota que poderia assumir uma agenda de soberania popular, nacionalista; as populações foram às ruas para dizer que queriam aquelas reformas de base porque sabiam que o Brasil era desigual, injusto e era necessário que as reformas limitassem o envio de lucro das transacionais para suas matrizes”, relatou.
“Quero recusar esse revisionismo histórico que se quer apagar o que de fato aconteceu em 1964, que foi estancar na história brasileira uma possibilidade de reformas nunca até hoje feitas”, disse.
O parlamentar também contestou a postura do presidente Jair Bolsonaro em determinar comemorações alusivas aos 55 anos do golpe militar. Para ele, a atitude é mais uma das estratégia do presidente para desviar a atenção da população para temas como a macroeconomia e a agenda política presente. “Há uma estratégia diversionista”, avaliou.
LS/LF