Renato Roseno enfatizou que, nas últimas 48 horas, nove mulheres foram assassinadas no Ceará. “Em 2017, foram 365 mulheres mortas. Este ano, já somam 220, o que nos mostra que se continuarmos com esses mesmos indicadores iremos terminar o ano com mais de 500 mulheres assassinadas”, apontou.
O deputado cobrou mais políticas públicas voltadas para as mulheres por parte do Governo do Estado. “O governador Camilo Santana gasta zero com as mulheres para prevenir feminicídios (quando o gênero da vítima é determinante para o crime). É um verdadeiro descaso do Governo. Precisamos implantar nas escolas tarefas de prevenção da violência contra mulheres”, assinalou.
O parlamentar pontuou que todo município acima de 60 mil habitantes deveriam ter uma delegacia de atendimento à mulher. “O Ceará só tem 10 delegacias, enquanto deveria ter no mínimo 26. Precisamos cobrar que pelo menos seja executado o orçamento de políticas públicas do Governo para as mulheres”, afirmou.
Renato Roseno salientou ainda que o Governo do Estado está em falta com o movimento feminista. “Ficou prometido um Plano Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres e um Plano Emergencial de Enfrentamento da Violência contra Mulheres que até agora estamos esperando”, enfatizou.
O deputado ressaltou também a importância de combater o machismo, de denunciar os abusos contra as mulheres e de apoiar os movimentos em prol de igualdade de gênero. “Além das políticas públicas, precisamos combater o machismo. Homens precisam também denunciar a violência. O que mata essas mulheres é o patriarcado e o pensamento covarde de que a mulher é objeto de dominação”, disse.
Em aparte, o deputado Evandro Leitão (PDT) destacou que este ano, em junho, foi inaugurada a Casa da Mulher que atende vítimas de violência. “Mesmo com um momento de dificuldade o governador se preocupa em diminuir feminicídio e tem sensibilidade com o movimento contra a violência da mulher”, afirmou.
A deputada Augusta Brito (PCdoB) enfatizou que o Governo Federal não assumiu todas as responsabilidades ligadas ao enfretamento da violência contra a mulher. “A Casa da Mulher foi protelada porque o Governo Federal não fez a sua parte. O Estado fez mais do que o que deveria em assumir um compromisso que não estava no convênio para não faltar com as mulheres”, assinalou.
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