Conforme o parlamentar, no Ceará, 127 mulheres já foram assassinadas em 2018. “Esse final de semana perseguiram Letícia Kelly de Sousa, de 14 anos, e a executaram dentro de casa, na presença de familiares, em Caucaia. E o Estado fica indiferente a tudo isso”, assinalou.
Ely Aguiar considerou que o governador Camilo Santana não é omisso em relação aos crimes, porém a operacionalidade não está produzindo resultados. “Isso é reflexo de 10 anos de governos anteriores”, acrescentou.
Na percepção do deputado, a maioria dos crimes envolve jovens de 16 e 17 anos. “Tanto morrem quanto matam. É ausência total do Estado. Esses adolescentes tinham quatro, cinco anos, há 12 anos”, lembrou. Para ele, a crescente violência é o resultando de uma a política do clientelismo implantada no País.
O parlamentar lembrou que, nos últimos 15 dias, três escolas foram invadidas no Ceará. “Em Caucaia, os marginais entraram em sala durante a aula. Tivemos outro caso na Barra do Ceará, com registro de revólver na cabeça de professor e aluno. No Ancuri, um estudante foi ferido à bala”, informou.
Na avaliação de Ely Aguiar, as praças públicas também estão entregues a bandidos, registrando assassinatos na praça da Gentilândia e na praça da Cidade 2000, ao lado de uma delegacia. “A frouxidão do Estado faz com que matem até em frente de quartel”, disse.
Ao fazer um comparativo com outros países, Ely Aguiar afirmou que, no ano passado, foram 5.114 homicídios no Ceará, enquanto na Tunísia a média é 350 homicídios anuais; Argélia, 500 e, em Marrocos, 350 mortes violentas por ano. “O Brasil é onde mais se mata, com 61 mil homicídios anuais. O segundo é o México, com 20 mil mortes, e os Estados Unidos em terceiro, com 16 mil. Isso é fruto de um Estado fraco”, afirmou.
Em aparte, o deputado George Valentin (PCdoB) disse que o Governo Federal anterior investiu muito em educação, lembrando que antes só havia três institutos federais de educação no Estado, e hoje são 32. “Não tínhamos escolas estaduais profissionalizantes, hoje são quase 120, e o Ceará é o segundo estado em número de escolas em tempo integral. Hoje, temos o melhor ensino público do País e 11 centros de idiomas, para qualificar os jovens. Sabemos que a problemática da violência é grave, mas não podemos desconsiderar o esforço realizado pelos governos passados em qualificar os nossos jovens”, observou.
JS/AT