Heitor Férrer lembrou que há anos tem chamado a atenção para esse tema. “Mas, até agora, a sociedade não obteve uma resposta”, afirmou. O parlamentar explicou que o esquema teria se formado com a mudança na legislação para a concessão de empréstimo promovida pelo governo anterior. O deputado explicou também que o esquema gerou prejuízo de mais de R$ 150 milhões para os servidores públicos.
Segundo Heitor Férrer, o dono da Promus era beneficiado com até R$ 20 mil por dia, pois era o único que poderia autorizar os empréstimos com o Cartão Único, ferramenta de controle e gestão das margens consignadas dos servidores.
Heitor Férrer disse haver uma “blindagem” nos envolvidos nessa trama. Conforme o deputado, foi dada uma ordem judicial autorizando a quebra do sigilo bancário dos dois envolvidos, derrubada por decisão da desembargadora Vera Lúcia Correia. “O dinheiro tem um caminho. A origem dele é o bolso do servidor público. Por que impediram de o Ministério Público descobrir para onde ele vai?”, questionou.
O parlamentar fez ainda uma comparação com a recente prisão do ex-ministro do Governo Dilma Rousseff Paulo Bernardo, detido por envolvimento em esquema de propina que desviou R$ 100 milhões dos funcionários públicos que fizeram empréstimo consignado. “Perto do que o Arialdo Pinho e seu genro fizeram aqui no Ceará, esse caso do Paulo Bernardo é fichinha”, comparou.
Para o deputado Roberto Mesquita (PSD), o que mais assusta é o envolvimento do Bradesco nesse esquema. Em aparte, disse que banco se tornou o único ao qual os servidores poderiam recorrer.“Uma instituição que é vista como entre as maiores da América Latina não deveria se prestar a papel de coadjuvante de uma quadrilha de quinta categoria”, declarou.
Já o deputado Audic Mota (PMDB) disse que os servidores prejudicados por esse esquema devem ser ressarcidos com o dobro do valor emprestado. De acordo com ele, as pessoas foram induzidas ao erro, assinando contratos cheios de riscos. Ele cobrou mais celeridade dos órgãos competentes na solução do caso.
PE/AT