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Políticos criticam rescisão com a Delta  - QR Code Friendly
Quinta, 17 Mai 2012 06:45

Políticos criticam rescisão com a Delta

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  O anúncio feito pela Prefeitura de Fortaleza da rescisão do contrato com a empresa Delta Construções, então responsável pelas obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo, gerou comentários nas duas Casas Legislativas ontem. O deputado Fernando Hugo (PSDB) disse, durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, que o Ceará está revoltado com a demora nas obras de responsabilidade do Governo Federal no Estado. O tucano citou o atraso na implantação da Refinaria, da Siderúrgica e do Estaleiro, mas também criticou o abandono das obras de mobilidade urbana em Fortaleza. “É tudo balela. As obras estão se esvaindo ao toque do vento, abandonadas. Será que não enxergamos isso?”, questionou. Sobre o caso da Delta, especificamente, Hugo lembrou que “já havia encaminhado um ofício sugerindo que os órgãos de fiscalização analisem os contratos da empresa”. A empreiteira é suspeita de envolvimento no suposto esquema de distribuição de propina e influência política comandado pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Problema do BrasilO deputado Dedé Teixeira (PT), no entanto, lembrou que o problema da Delta é um “problema do Brasil”. Já o deputado Lula Morais (PCdoB) disse que a organização criminosa comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira vem trazendo muitos prejuízos para o Brasil. “Isso precisa ser tirado a limpo e chegar à conclusão desta investigação, para que nós possamos ir separando os falsos defensores da moral, daqueles que de fato querem o bem do nosso País”, disse. Já na Câmara…Na Câmara Municipal, Ciro Albuquerque (PTC) criticou a atitude da Prefeitura, que aceitou uma “rescisão amigável” e ainda pagará R$ 5 milhões à empresa Delta. Ele apresentou um requerimento pedindo ao secretário de Projetos Especiais do Município, Geraldo Accioly, que explique aos parlamentares a quebra contratual. Para o parlamentar, cabe à empresa pagar multa por rescisão contratual.“Me preocupa bastante. Ela pediu rescisão amigável. Quero saber o que é isso? Rescinde e, mesmo assim, irá receber R$ 5 milhões. Quero saber quanto é a multa que a Construtora irá pagar por atrasar as obras da Copa. Precisamos elucidar estas dúvidas. Isso fede à corrupção”, reclamou Ciro Albuquerque. O vereador Leonelzinho Alencar (PTdoB), presidente da Comissão Especial da Copa, informou ter solicitado à Prefeitura um relatório, apontando o andamento das obras iniciadas pela Delta. Ele ressaltou que, embora a confirmação da saída da Construtora, a preocupação é o prazo de 90 dias para início novamente das obras. Já o líder do governo Ronivaldo Maia (PT), tentou minimizar a confirmação que a construtora não será mais a responsável por executar as obras de mobilidade urbana e disse que, de acordo com o contrato, a Prefeitura deverá pagar pelos 3% dos trabalhos realizados. O que, segundo ele, não ocasionará prejuízo à administração municipal. “A Prefeitura não perderá dinheiro”, afirmou. (Colaboração de Laura Raquel). Comissão questiona venda A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou ontem três requerimentos de informação nos quais pedem esclarecimentos ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre sua participação na possível compra da empresa Delta Engenharia pela Holding J&F. Diretores da empreiteira são suspeitos de envolvimento nos negócios do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.Originalmente, os requerimentos propunham audiência pública com o presidente do banco, Luciano Coutinho, que agora deverá encaminhar os esclarecimentos por escrito. Os requerimentos foram apresentados pelos deputados Fernando Francischini (PSDB-PR), Vanderlei Macris (PSDB-SP) e Rubens Bueno (PPS-PR).“É no mínimo estranho que uma empresa pública (BNDES) financie a compra de uma empresa que teve um crescimento astronômico, sendo hoje a 6ª maior Construtora do Brasil, além de ser a empresa que mais fatura com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e tem hoje seus negócios e contratos investigados por uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e pelo próprio Tribunal de Contas da União (TCU), que inclusive já apontou diversas irregularidades em dezenas de contratos em diversos estados da Federação”, diz Francischini.“Justamente as contínuas desconfianças sobre a idoneidade da empresa Delta, faz com que haja total desvalorização das ações desta, se tornando um verdadeiro prejuízo para os cofres públicos o financiamento da compra pelo BNDES”, acrescenta.
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