O parlamentar disse que, na manhã de hoje, foi realizada uma entrevista coletiva concedida por representantes do Poder Judiciário, da Defensoria Pública e do Ministério Público na sede da Procuradoria Geral de Justiça, a fim de alertar para a situação caótica dessas unidades e para a necessidade de se decretar emergência no sistema”.
As unidades socioeducativas, conforme explicou, “estão completamente entregues ao setor privado, por via de convênios”. “Cada adolescente preso nesse sistema custa cerca de R$ 4 mil ao Estado, um valor muito alto para um sistema que tortura os adolescentes e não resolve o problema da violência”, defendeu.
Ele informou que há registros de torturas contra os jovens com barras de ferro, além dos problemas de superlotação e da queima de dormitórios. “Tem unidades em que há mais de 150 pessoas divididas em cinco dormitórios. Qualquer um se rebelaria em uma situação como essa”, exclamou.
Para Roseno, se o governador do Estado, Camilo Santana, não declarar estado de emergência, “será omisso e cúmplice dessa situação”. “Em Pernambuco e Alagoas há o mesmo problema e já foi decretado o estado de emergência. Estamos em crise e precisamos resolver isso, e o primeiro passo é reconhecê-la, e não omiti-la”, observou.
Em aparte, o deputado Leonardo Pinheiro (PSD) concordou com o discurso de Roseno, mas ponderou que o Governo está “totalmente sensível com essa questão”. “Já temos duas novas unidades prestes a ser inauguradas, em Canindé e em Juazeiro do Norte. Então, não devemos pensar que o Governo está de braços cruzados”, afirmou.
Renato Roseno esclareceu que a unidade socioeducativa de Canindé já foi inaugurada “sem água para os internos”. E reiterou seu pedido, como forma de buscar alternativas para a grave situação das unidades socioeducativas do Ceará.
PE/CG