Para Fernando Hugo, tentar ensinar sexualidade para crianças do ensino fundamental é “uma estupidez, uma insensatez”. O deputado lembrou que já encabeçou projetos para incluir, nos currículos escolares, questões como patriotismo, nacionalidade, ética, além de temas que refletem o que o Brasil realmente está precisando no momento. “Que tipo de professor ensinaria homossexualismo para crianças, e de que forma se faria isso?”. Fernando Hugo criticou os “setores progressistas”, que, conforme observou, “criam armadilhas para nos implicar como conservadores reacionários”.
Em aparte, os deputados Ely Aguiar (PSDC), Dra. Silvana (PMDB), Walter Cavalcante (PMDB) e Joaquim Noronha (PP) apoiaram o discurso de Fernando Hugo.
“Se não concordar com isso é ser conservador, então eu sou”, disse Ely Aguiar. O parlamentar entende que a iniciação sexual da criança deve acontecer na família. “Não é um professor quem deve ensinar isso. É avançar demais o sinal”, assinalou.
A deputada Dra. Silvana afirmou que os defensores das emendas querem implantar uma “ideologia de gênero” na sociedade. A peemedebista pediu ao Governo que não envie essa matéria para votação na AL. “Isso é uma armadilha, mas a maioria dos parlamentares é cristã e nós vamos defender a sociedade”, disse.
De acordo com o deputado Walter Cavalcante, o governador causará um grande constrangimento ao enviar essa matéria para a AL. “É inadmissível colocarmos situações como essa e impormos uma decisão a crianças que ainda estão desenvolvendo sua personalidade”, ponderou.
O deputado Joaquim Noronha também lamentou as emendas e questionou os motivos de se discutir diversidade nas escolas. “Nunca ninguém quis debater a família tradicional, então por que temos que discutir sexualidade moderna nessa altura?”, refletiu.
Já o deputado Renato Roseno (Psol) defendeu o conteúdo das emendas e frisou que ele foi extraído de diversas conferências de educação e afins, no sentido de se implementar uma educação para a equidade e respeito às pessoas.
O parlamentar explicou que os gêneros são construções sociais, e não determinações biológicas, e que isso tem reflexo na sociedade, que ele qualificou como patriarcal e machista. “Daí a necessidade de uma educação voltada para a equidade de gêneros, a não violência e o respeito com as pessoas, inclusive aquelas de orientação homoafetiva”, frisou.
“É óbvio que ninguém vai ministrar conteúdos inadequados para as crianças, e sim conteúdos que construam seres humanos respeitosos e que mostrem que há pessoas diferentes e que elas merecem respeito”, observou.
PE/AT