A Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) e a Assembleia Legislativa do Ceará suspenderam suas sessões deliberativas, em homenagem póstuma ao ex-deputado estadual e federal Paes de Andrade, que faleceu na última quarta-feira (17), em Brasília, por falência múltipla dos órgãos. Nas duas Casas, os parlamentares realizaram um minuto de silêncio e lembraram nas tribunas a trajetória política de Paes de Andrade. É regimental suspender a sessão em ambas as Casas, quando falece um político pertencente ao quadro cearense, ou que tenha atuado nas mesmas. Na CMFor, após o pequeno expediente, a sessão foi levantada a pedido do vereador Luciram Girão (PMDB), em que afirmou que Paes defendeu a liberdade e democracia no País. “O Ceará deve ao Paes o Açude Castanhão, quando foi presidente da Câmara dos Deputados. Estamos de Luto”, frisou. A peemedebista Magaly Marques afirmou que o ex-político fez “história” no PMDB, além de ter contribuído para a redemocratização. “É um prejuízo ao Estado. Mas ele deixa esculpido em sua linha política, a característica de ética, responsabilidade e de uma maneira muito honrosa para a nossa Nação”, disse. Já o vereador pedetista Iraguassu Teixeira, destacou que Paes de Andrade, dedicou-se a trazer recursos ao Estado, destacando-se como um dos políticos mais honrosos do Ceará. “Ultimamente temos perdido pessoas históricas na política cearense. Nós perdemos um autêntico representante do povo do Ceará. O Estado deve muito a ele, por ele ter tido um apreço ao nosso Estado. Ele que sempre defendeu a prioridade dentro das dotações orçamentárias para o Ceará e sempre que foi um soldado para o Estado do Ceará”, acrescentou. “Lamentavelmente nós perdemos um homem público que dedicou a sua vida à luta de uma vida em sociedade com mais dignidade. O Paes de Andrade lutou para redemocratização do Brasil, lutou pelo Ceará, lutou pelo Nordeste como deputado estadual, federal, como ex-presidente da Câmara dos Deputados e no exercício da presidência da República”, disse à imprensa o presidente da Câmara, o vereador Salmito Filho (Pros). Dentre as contribuições que o político deu ao Estado, Salmito lembrou a assinatura da ordem de serviço para a construção do Castanhão. “Seria até justo o nome do açude ser Paes de Andrade, por ter assinado a ordem de serviço e ter colocado lá as primeiras verbas”, finalizou. ALCE Na Assembleia Legislativa, a sessão ordinária foi suspensa por proposição do deputado Danniel Oliveira (PMDB). O deputado Sérgio Aguiar (Pros), que presidia a sessão, pediu um minuto de silêncio em homenagem póstuma. No plenário, os deputados manifestaram solidariedade aos familiares de Paes de Andrade. Odilon Aguiar (Pros) disse reconhecer em Paes de Andrade um homem de história limpa e de muitas lutas. “Presenciei a sua capacidade e espírito público”, disse. Já o deputado Ely Aguiar (PSDC) lembrou que era repórter e acompanhou a campanha política pela Prefeitura de Fortaleza de 1985, quando Paes de Andrade foi candidato. “Eu o acompanhei também ao interior do Estado, quando assumiu a presidência da República. Paes esteve ao lado de Ulysses Guimarães, na luta pela redemocratização. Ele tinha determinação forte na luta contra a ditadura. Um exemplo para a juventude”, disse. A deputada Rachel Marques (PT) destacou o combate de Paes de Andrade à ditadura, bem como a luta pela anistia e pela democracia do País. “Foi fundamental para alcançarmos a justiça e a paz social”, acrescentou. Castanhão será denominado Paes de Andrade Em homenagem póstuma ao ex-deputado estadual e federal Paes de Andrade, o Castanhão vai trocar de nome e será denominado Açude Paes de Andrade. A mudança é decorrente de um projeto de lei de autoria do deputado estadual Danniel Oliveira (PMDB), que logo ao saber da morte do ex-parlamentar, deu entrada na proposta. O parlamentar lembra que foi Paes de Andrade, como presidente da República, assinou a liberação de recursos para a construção dessa barragem. “O Dr. Paes de Andrade foi um político que marcou a sua história no Ceará e no Brasil, foi um dos grandes heróis no combate a ditadura e nos deixa de legado a sua dignidade e a sua honra, reconhecidas não apenas em nosso país, como fora dele”, elogia.